A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 4,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 50,3% em relação ao mesmo período de 2020. Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (12).
O presidente da instituição, Pedro Guimarães, afirmou que o lucro do banco se deu por uma série de fatores, especialmente pela redução de despesas e aumento de operações de crédito com empresas menores.
"A redução de despesas é fundamental a longo prazo. Além disso, o fato de termos saído das grandes empresas para focar em pequenas e médias pulveriza o risco. As operações com as maiores têm spread diferença entre custo de captação e o que é cobrado no empréstimo] pequeno quando uma tem problema, o resultado no balanço é significativo", afirmou o executivo.
"Ao invés de ter R$ 30 bilhões para duas empresas, preferimos ter o mesmo valor emprestado para 300 mil. A consequência é um spread maior e uma perda histórica maior. Não operamos mais com grandes empresas, o foco está nas menores. Além disso, as operações de cartões e seguros estão maiores", pontuou.
Guimarães ressaltou que o banco perdeu lucro com a remuneração da gestão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que passou de 1% para 0,5% ao ano em 2019, com impacto de R$ 3 bilhões por ano.
"Ou seja, se houvesse ainda 1% teríamos lucro a mais de R$ 750 milhões", disse.
No trimestre, a Caixa entregou 44 imóveis alugados, com economia de R$ 119 milhões.
Além disso, houve redução com despesa de pessoal de 17,1% em relação ao trimestre anterior em decorrência do programa de demissão incentivada promovido pela instituição. Em 12 meses, no entanto, houve alta de 3,5% nesses gastos.
A margem financeira, que é a principal fonte de receita do banco, obtida com operações de crédito, aumentou 6,8% na mesma base de comparação, para R$ 11 bilhões.
O crescimento se deve, segundo o relatório da instituição, principalmente, ao aumento de 0,8% nas receitas com operações de crédito, às reduções de 43% nas despesas de recursos de clientes e de 51,6% nas despesas de recursos de emissões de títulos e valores mobiliários.
As receitas com serviços financeiros caíram 8,4% em relação ao fim do ano passado e 1,9% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O resultado foi impactado pela implementação do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, e de investimentos para o retorno do auxílio emergencial, segundo Guimarães.
O presidente do banco afirmou que a queda era esperada e que o Pix representou 25% da redução de receitas com tarifas de convênios de cobrança (boletos e outros).
A carteira de crédito do banco alcançou R$ 799,6 bilhões no período, um crescimento de 14,3% em relação a igual período do ano anterior. O aumento foi impulsionado pelo crédito imobiliário com recursos da poupança, que teve aumento de 103,1% na mesma base de comparação, e pelo crédito para pequenas e médias empresas, que teve um crescimento de 125,9% por meio de programas do governo.
No primeiro trimestre, as receitas com operações de crédito imobiliário somaram R$ 9 bilhões, aumento de 10,5% em relação ao ano passado. Essa fonte representa 52,3% do total das receitas de crédito do banco.
Além do crédito imobiliário, houve crescimento de 23,8% no voltado ao agronegócio e de 6,3% no crédito às empresas comerciais.
A inadimplência entre clientes do banco ficou em 2,04%, redução de 1,10 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Segundo Guimarães, com as prorrogações de parcelas feitas no ano passado em razão da pandemia, a inadimplência caiu ao menor nível, mas o índice deve subir ao longo desse ano, voltando aos patamares anteriores à crise.
A Caixa encerrou o trimestre com 107 milhões de contas digitais, abertas principalmente para recebimento do auxílio emergencial do governo, representando um crescimento de 233% de transações virtuais em relação a 2019.
Foram R$ 824,0 milhões movimentados por QR code e cartão virtual.
De acordo com o documento, no primeiro trimestre do ano foram admitidos 211 funcionários na instituição. "Está em curso a contratação de 566 empregados, com foco no Norte e Nordeste em razão da abertura de novas unidades do banco, além de 87 técnicos em Tecnologia da Informação (TI) a serem lotados no Distrito Federal (DF)", disse o relatório. Não foi informado o total de empregados no fim do trimestre.
O Índice de Basileia da instituição atingiu 17,6%, 7,35 pontos percentuais acima do mínimo exigido pelo Banco Central. O dado indica a saúde financeira do banco.
Para o próximo trimestre, a instituição vai incorporar o lucro bruto do IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade de R$ 3,3 bilhões e de R$ 2 bilhões com a venda total da participação no banco Pan.
A Caixa Seguridade registrou lucro líquido de R$ 431 milhões no primeiro trimestre do ano, aumento de 4,3% em relação ao mesmo período de 2020.
As receitas operacionais da empresa cresceram 6,2%, somando R$ 523 milhões ao final de março.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta