BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o compromisso do governo em ampliar os investimentos na construção de ferrovias durante seu terceiro mandato e criticou a necessidade de o país ter que importar trilho, quando poderia haver maior produção do mercado doméstico. Segundo o presidente, é interesse da "soberania nacional" fazer mais ferrovias.
As falas ocorreram durante discurso em cerimônia de início das obras no lote 1F da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), em Ilhéus (BA). De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o projeto integrará o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado em julho.
"É uma vergonha um país do tamanho do Brasil, que quer ter uma malha ferroviária para facilitar o transporte da riqueza desse país, ter que importar trilho de outro país, com a quantidade de minério de ferro e siderúrgicas que temos", declarou Lula.
Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e dos Transportes, Renan Filho, também acompanharam a cerimônia.
"É verdade que a Austrália está vendendo mais do que nós, mas é verdade que nosso minério é de muito mais qualidade que o minério da Austrália. Portanto, nós podemos ganhar na diferença de preço por conta da nossa qualidade", acrescentou o presidente.
Para o chefe do Executivo, o maior investimento em ferrovias "não é interesse de um empresário ou de outro". "É interesse da soberania nacional a gente fazer essa ferrovia e outras ferrovias no país para que a gente possa ter esse país competitivo com qualquer outro país do mundo", completou.
A FIOL é composta por três trechos, sendo que o primeiro trecho (FIOL 1) liga as cidades baianas de Caetité e Ilhéus, percorrendo 537 quilômetros de extensão e passando por 19 municípios. A previsão de conclusão e início da operação é a partir de 2027.
Apesar da previsão, o presidente fez um pedido aos empresários para que as obras sejam finalizadas antes do fim de seu terceiro mandato. "Tem que entregar antes do dia 31 de dezembro de 2026. Façam um pouco de hora extra, trabalhem no final de semana se for necessário, para que a gente possa inaugurar logo", afirmou.
Segundo ele, se for entregue em 2027, corre o risco "de uma outra coisa ruim voltar nesse país e ela (ferrovia) ficar parada outra vez", sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada.
"Quero estar na Presidência da República para que a gente venha inaugurar o fim (das obras) e a entrega dessa ferrovia", pediu Lula, que ainda não decidiu se irá concorrer às eleições presidenciais de 2026.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta