BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (13) que vai lançar, no início de julho, um grande programa de obras de infraestrutura em diversas áreas e um programa Minha Casa, Minha Vida para a classe média.
O mandatário acrescentou que os primeiros meses foram destinados à "reconstrução" do país, com prioridade para o lançamento de políticas públicas que marcaram os governos anteriores do PT.
"Como nós tínhamos uma quantidade enorme de políticas públicas que tinham dado certo, a gente resolveu recriar essas políticas públicas, para a partir de agora, a partir do dia 2 de julho, lançar um grande programa de obras, um grande programa para o desenvolvimento nacional, com obras de infraestrutura em todas as áreas", afirmou o presidente.
Lula realizou na manhã desta terça-feira (13) a sua primeira transmissão ao vivo pelas redes sociais, uma estratégia da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) para que o mandatário dialogue diretamente com a população.
A live foi realizada diretamente do Palácio do Alvorada. O presidente foi entrevistado pelo apresentador da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) Marcos Uchôa.
O presidente também afirmou que seu governo vai realizar diversas políticas para a classe média, após priorizar inicialmente os mais pobres no início de governo. Citou por exemplo a criação de um Minha Casa, Minha Vida para pessoas com renda de cerca de R$ 10 mil.
"O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor", afirmou o presidente na transmissão.
"Então vamos ter que ter capacidade de fazer uma quantidade enorme de casas para essa gente. Vamos ter que pensar em todos os segmentos da sociedade para a gente fazer com que as pessoas se sintam contempladas pelo governo", completou.
O presidente ressaltou o encontro no dia anterior com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. Voltou a falar que seu governo quer o acordo entre Mercosul e União Europeia, mas não vai aceitar a manutenção das compras governamentais no negócio.
"Eu disse para ela que nós temos um problema, que nós não aceitamos colocar comprar governamentais no acordo porque, se não, a gente mata pequena e média empresa brasileira. O que ela disse para mim: presidente o que é importante é vocês colocarem no papel o que vocês querem. Nós colocamos no papel e vamos ver se até o final do ano faz o acordo. Eu quero fazer o acordo e se Deus quiser quero fazer até o final do ano", afirmou.
Lula também minimizou eventuais conflitos com o agronegócio. Respondeu que, se o problema do setor com o seu governo for ideológico, então "paciência".
"Vamos anunciar o plano Safra agora tanto para agricultura familiar quanto para o agronegócio, e eles vão perceber que da parte do governo não há nenhum objeção a eles. O que queremos é que todos produzam, cresçam e que o Brasil cresça junto", afirmou.
Também disse que quer lançar um programa para oferecer máquinas e implementos agrícolas para os pequenos e médios produtores rurais.
O formato das lives se tornou popular durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente usava as suas tradicionais lives de quinta-feira para buscar transmitir a sua mensagem, sem nenhum tipo de crivo.
Nessas transmissões, Bolsonaro questionou a eficácia das vacinas, a segurança das urnas eletrônicas, além de atacar os seus adversários, desde parlamentares a ministros do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro também foi duramente criticado por usar a estrutura do Palácio do Alvorada e funcionários públicos para realizar a transmissão.
Quando anunciou que o presidente faria lives, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, havia dito que o presidente não se espelharia em Jair Bolsonaro. No entanto, ao falar sobre os planos ao site progressista Brasil 247, Pimenta havia dito que a "mídia comercial" não era "aliada" e que por isso o presidente começaria a realizar essas transmissões.
Em sua primeira passagem pela Presidência, Lula tinha um programa de rádio semanal produzido pela estatal EBC, chamado Café com o Presidente. O programa tinha um formato de entrevista e ia ao ar também na rádio Nacional.
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