O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou nesta quinta-feira (9) o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o envio da proposta do anunciado programa "Renda Brasil".
Anunciado pela equipe econômica como um substituto ao Bolsa Família há cerca de um mês, até o momento, o governo ainda não apresentou as bases para o programa.
Em transmissão ao vivo com o banco de investimentos BTG Pactual, Maia cobrou o envio de uma proposta, em vez de discurso, para que o Congresso inicie o debate.
"O governo precisa parar de fazer discurso sobre o tal Renda Brasil e apresentar o programa ao Congresso. O Congresso tendo espaço, tendo a proposta do governo, vai organizar de forma rápida esse debate e vai, claro, avançar, dentro da realidade fiscal brasileira".
O presidente da Câmara alertou também que o governo tem cerca de 60 dias para fazer o debate do novo programa, ou será pressionado a renovar o benefício de R$ 600 do auxílio emergencial.
Maia disse não ser a favor da prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano, mas ponderou que se o governo não entrar logo no debate, será pressionado a manter o benefício pela sociedade e por parlamentares.
"Se o governo deixar tudo para a última hora, é claro que a pressão da sociedade e dos deputados e deputadas e senadores e senadoras será grande por mais algum período de R$ 600".
No início de junho, o ministro Paulo Guedes (Economia) se reuniu com deputados federais e anunciou a intenção de criar o chamado Renda Brasil para substituir o atual Bolsa Família.
A intenção é incluir os informais identificados pelo governo e que hoje são beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600. Guedes, entretanto, não deu mais detalhes sobre a iniciativa na reunião com deputados no início de junho e ainda não apresentou as diretrizes do programa.
A ideia surgiu no ano passado, com a equipe do governo Bolsonaro trabalhando em uma transformação do Bolsa Família. Já havia a previsão de mudar o nome do programa para Renda Brasil.
Segundo integrantes da equipe econômica disseram à reportagem, diversas áreas do ministério estão fazendo estudos para aprimorar o desenho de programas sociais e usar melhor os recursos destinados a eles.
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