Depois de a economia brasileira retroceder 9,7% no segundo trimestre, o Ministério da Economia se esforçou para passar a mensagem de que o número representa o pior da crise causada pela pandemia do coronavírus e que já passou. Em nota informativa divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE), o órgão ressalta que os indicadores mostram que a atividade econômica continua se recuperando e que analistas de mercado estão melhorando continuamente desde junho suas projeções para o desempenho da economia neste ano, dado a resultado positivos de indicadores como do varejo e da indústria.
"Deve-se salientar que a queda da atividade neste trimestre deverá ser a mais severa da pandemia do coronavírus, uma vez que já é possível identificar sinais de recuperação nos meses posteriores", afirma a nota.
A secretaria ressalta que, para que a retomada seja "consistente", é importante a continuidade da agenda de reformas estruturais e da consolidação fiscal.
Enquanto o governo prepara um programa para aumentar o investimento público - o Pró-Brasil - a SPE destacou que o caminho para o crescimento sustentado passa pelo aumento do investimento privado.
"Não há outro caminho que resulte em elevação do bem-estar dos brasileiros a não ser medidas que busquem a correção da má alocação e incentive a expansão do setor privado", aponta o texto.
A secretaria destacou ainda que a queda da atividade no Brasil está entre as menores em relação às principais economias e citou que a queda nos países do G-7, os sete mais ricos, foi de 11,9% no segundo trimestre, enquanto em emergentes como Chile, México e Índia foram de -13,7%, -19% e -23,9%, respectivamente.
A nota da SPE destaca como positivo o desempenho da agropecuária, que terá safra recorde em 2020. O setor apresentou alta de 0,4% no 2 trimestre. Já os desempenhos da indústria de transformação (queda de 17,5%) e serviços (-9,7%) foram os destaques negativos.
Para a SPE, medidas de preservação de emprego e da renda adotadas pelo governo limitaram uma deterioração mais aguda da economia.
O órgão destacou ainda que a agenda de reformas está sendo retomada e citou a aprovação do marco legal do saneamento e projetos que estão tramitando, como a mudança na lei de falências, no setor de gás e para o desenvolvimento do transporte de cabotagem.
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