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Ministro da Infraestrutura sobre a Ita: "Tinha todas as condições para operar"

Ministro da Infraestrutura sobre a Ita: "Tinha todas as condições para operar"

Tarcísio de Freitas, que no passado já divulgou a operadora aérea do Grupo Itapemirim ao lado de Bolsonaro, agora afirmou que a paralisação das operações é um "problema muito grave"

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 15:10

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Tarcísio Freitas, Marcos Pontes e Bolsonaro em live divulgando a Viação Itapemirim e a Ita
Tarcísio Freitas, Marcos Pontes e Bolsonaro em live de outubro divulgando a Viação Itapemirim e a Ita. (Reprodução)

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, classificou nesta segunda-feira (20), a paralisação das operações da companhia aérea Ita, do grupo Itapemirim, como um "problema muito grave", e afirmou que o foco do governo federal e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o momento é acompanhar a reacomodação dos passageiros afetados.

A entrada da Ita no mercado de aviação neste ano foi comemorada dentro do governo, já que simbolizava a tentativa de expansão do setor para além da tríade formada por Gol, Latam e Azul.

Em coletiva à imprensa, Tarcísio respondeu que o processo de autorização para a empresa atuar, comandando pela Anac, atendeu a todos os requisitos exigidos pela agência.

"A Anac se cerca de todos os cuidados. Existem uma série de protocolos que precisam ser atendidos. Precisam apresentar manuais, regras de operação, constituir base de operações, contratos de leasing, servidores contratados, treinamento de tripulação, operação assistida", afirmou Tarcísio ao ser questionado sobre a crise vivida no setor desde que a Ita anunciou a suspensão de suas operações a partir da noite de sexta-feira, 17.

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Caminharam todas as etapas. Ela tinha todas as condições para operar

Tarcísio Freitas
Ministro da Infraestrutura
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Ainda segundo o ministro, durante o processo de certificação, a Anac chegou a fazer questionamentos em razão da recuperação judicial que o grupo enfrenta desde 2016. A empresa já era conhecida por sua operação no transporte rodoviário de passageiros. Em razão de os CNPJs serem diferentes, no entanto, não houve impeditivo para o grupo entrar no setor de aviação.

"Quem respondeu (questionamento da Anac) foi o Ministério Público Estadual. Havia diferença de CNPJ, e esse CNPJ que nasceu para a área tinha todas as certidões negativas, fiscal, trabalhista, previdenciária, e a partir daí obteve certificado de operação", afirmou.

Avião da Itapemirim (ITA Transportes Aéreos).
Avião da Itapemirim (ITA Transportes Aéreos). (Gustavo Aguiar via Wikimedia Commons)

Segundo Tarcísio, durante os meses de operação da Ita, a Anac chegou a intervir para que a empresa não vendesse mais passagens do que sua capacidade permitia.

"Em alguns momentos, quando se pensou em vender mais passagens, a Anac interveio imediatamente. Se não tivesse agido, o problema poderia ser mais grave. A agência agiu da forma que teve de agir", declarou o ministro, citando o caso de outras aéreas que tiveram de encerrar suas operações no Brasil, como, recentemente, a Avianca.

"Obviamente (no caso da Ita) chama atenção pelo pouco tempo de operação", disse Tarcísio.

O ministro afirmou ainda que o foco atual do governo e da Anac é acompanhar a reacomodação dos passageiros prejudicados. Segundo ele, a agência instalou um gabinete de crise para acompanhar a situação.

"E nós vamos para cima da ITA, pressionar bastante, para que possa reacomodar pessoas o mais rápido possível", disse Tarcísio, reconhecendo, por sua vez, as dificuldades em se acomodar todos os passageiros em datas de fim de ano, quando é normal haver alta ocupação de aeronaves.

"Ficamos extremamente sentidos porque (a entrada da ITA no setor) representou esperança não só para brasileiros, mas para vários profissionais do segmento. A gente vai monitorar com muito cuidado. Lembrando que a responsabilidade (de reacomodação) é da empresa, mas vai haver acompanhamento firme", finalizou o ministro.

BOLSONARO E TARCÍSIO RECEBEM CRÍTICAS

Desde o anúncio da paralisação das atividades da Ita, o Tarcísio e Jair Bolsonaro têm recebido críticas sobre a atuação para autorizar a companhia. Nos bastidores de Brasília, o ministro e o presidente são apontados como os "fiadores" da companhia para a aprovação da Anac ter sido obtida.

Neste domingo (19), o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido), afirmou em postagem nas redes sociais que "governo foi irresponsável e negligente em autorizar um grupo em recuperação judicial a voar, ingressar num setor que depende de muito investimento, de muito capital".

Maia publicou um trecho de uma live de Bolsonaro e Tarcísio, em outubro de 2020, em que eles mostram uma miniatura de ônibus da Itapemirim a falam da companhia aérea. 

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