O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fará um pronunciamento em rede nacional de TV para afastar os riscos de apagão neste ano devido ao agravamento da crise hídrica que deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em décadas.
Prevista para as 20h desta segunda-feira (28), a fala do ministro tentará aplacar os rumores de que o país pode sofrer cortes de energia devido à falta de energia até o final deste ano.
Nas últimas semanas, o ministro vem afirmando que enfrentamos uma situação diferente daquela vivida em 2001, quando o país enfrentou diversos apagões. Em 2015, durante uma crise hídrica severa, também houve diversos cortes pelo país.
Desta vez, Bento Albuquerque garante que não há motivo para pânico e que o governo vem, desde o final do ano passado, tomando medidas preventivas para evitar a crise de fornecimento.
Uma delas foi o acionamento de usinas térmicas, que passaram a gerar a energia necessária para cobrir o déficit da redução das hidrelétricas. O custo de geração desse parque é maior –cerca de R$ 1.200 o MWh (megawatt-hora), quase nove vezes mais do que o das hidrelétricas.
Essa medida já encareceu em quase R$ 9 bilhões as contas de luz dos consumidores.
O ministro também autorizou a importação de energia da Argentina e do Uruguai e estuda a compra de mais energia de outros países caso a seca comprometa ainda mais o nível dos reservatórios de água.
Havia rumores de que o ministro poderia anunciar no pronunciamento medidas de racionamento de energia, como uma política de desconto para aqueles que optarem por concentrarem o gasto de energia em casa fora dos horários de pico. No passado, essa medida ficou conhecida como "horário de verão". No entanto, essa medida não foi confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.
Outra saída planejada pelo ministro é a edição de uma medida provisória que dará poderes a um grupo de monitoramento da crise, chamado de Care, para decidir sobre o volume de água nos reservatórios das hidrelétricas. Com mais água, elas poderão gerar mais energia. Em contrapartida, o leito dos rios ficará mais raso e poderá, em alguns casos, até comprometer a vida dos peixes e da população ribeirinha que depende da pesca para a sua sobrevivência.
Essa MP, segundo o ministro, ainda está em discussão.
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