Após o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, ter determinado que o governo adote as medidas voltadas à realização do Censo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou que o corte de recursos para o IBGE no Orçamento de 2021 foi feito pelo Congresso Nacional, e não pela equipe econômica.
"Não fomos nós que cortamos o Censo. Quando houve o corte, quem aprovou o Orçamento foi o Congresso. A explicação que nos deram é que, com a pandemia, o isolamento social impediria que os pesquisadores fossem de casa em casa transmitindo o vírus", alegou Guedes, na portaria do ministério. "Ir presencialmente não parecia muito razoável", completou.
Durante a tramitação do Orçamento de 2021, o relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), retirou uma previsão de cerca de R$ 2 bilhões para a realização do Censo este ano e redistribuiu a emendas parlamentares.
No momento da sanção, o presidente Jair Bolsonaro vetou outros R$ 17 milhões que poderiam ser usados na preparação da pesquisa para 2022. Esse corte deve levar a um adiamento ainda maior do Censo, para 2023, segundo previsão do sindicato. A previsão original era realizá-lo em 2020.
Questionado sobre a decisão do ministro Marco Aurélio e se haverá de fato a liberação de novos recursos para o IBGE, Guedes disse que ainda "não estava sabendo". "Eu vou me informar a respeito", limitou-se a responder.
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