O processo de fusão entre Nestlé e Garoto segue indefinido. Após imposição do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que 10 marcas, entre elas Serenata de Amor, Chokito e Sensação, fossem vendidas a uma outra empresa, a Nestlé ainda não conseguiu realizar a venda e já está além do prazo estipulado pelo Cade.
De acordo com a autarquia, o prazo para o desinvestimento já se encerrou e a empresa não realizou a venda dos ativos. Como as informações da venda estão em caráter sigiloso, não se sabe oficialmente quais são os próximos passos do processo. Por nota, o Cade diz apenas que continua monitorando o caso. Procurada pelo Gazeta Online nesta quinta-feira (28), a Nestlé disse que não pediria a prorrogação do prazo.
A companhia diz ainda que com a nova lei da concorrência, de 2011, os casos pendentes da lei anterior podem ser resolvidos.
CADE AVALIA MUDAR O PACOTE DE MARCAS
De acordo com o jornal Valor Econômico, o Cade vê três possibilidades para resolver o processo de fusão, que já se arrasta desde 2002. Segundo a publicação, a primeira alternativa é realizar um leilão das marcas que devem ser vendidas. A segunda opção é fazer a venda do pacote de marcas a partir de um preço fixado pelo próprio Cade. A última alternativa é mudar o pacote de marcas.
O prazo para a Nestlé vender as marcas não pode ser divulgado, mas segundo o Cade, já teria terminado. Segundo o Valor, o prazo inicial, definido em 2016, era de que a venda fosse feita até outubro de 2017, mas o tempo limite foi prorrogado para maio de 2018.
FUNCIONÁRIOS DA GAROTO ESTÃO APREENSIVOS E PEDEM TRANSPARÊNCIA
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins do Espírito Santo (Sindialimentação-ES), Linda Moraes, pede que a Nestlé seja transparente com os funcionários da Garoto, para que eles não sejam surpreendidos e possam perder seus empregos.
Na manhã desta quinta-feira (28), o sindicato, que representa os trabalhadores da fábrica de chocolates, entregou um ofício à Nestlé para que os profissionais sejam avisados de qualquer decisão que mude os rumos da indústria.
Fizemos uma assembleia hoje na porta da fábrica. Em dezembro o presidente da Nestlé, Marcelo Melchior, garantiu que não haveria perda de empregos. Queremos que ele cumpra essa promessa e, ao menos, seja transparente com os funcionários sobre o que irá acontecer na empresa em que trabalham. É claro que estamos todos preocupados, mas estamos apostando em um final feliz, disse a presidente.
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