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Open banking: entenda o serviço que facilitará crédito e abertura de conta

Open banking: entenda o serviço que facilitará crédito e abertura de conta

Banco Central implementa segunda fase nesta sexta-feira (13); clientes poderão permitir acesso de instituições a suas informações bancárias

Publicado em 13 de agosto de 2021 às 10:40

Ícone - Tempo de Leitura 5min de leitura
Banco Central implementa segunda fase do open banking nesta sexta (13)
Banco Central implementa segunda fase do open banking nesta sexta (13). (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Um novo sistema financeiro entra em operação nesta sexta-feira (13) para revolucionar a forma em que os consumidores se relacionam com o sistema bancário. A ferramenta open banking, do Banco Central, vai permitir o compartilhamento de dados dos correntistas entre as instituições. E nesse troca-troca, as fintechs vão poder receber informações de potenciais clientes.

O serviço permite aos clientes autorizarem essa movimentação de dados. Assim, o correntista vai poder, inclusive, com quais empresas quer permitir esse intercâmbio.

O objetivo é facilitar o acesso a produtos e serviços bancários mais vantajosos, como empréstimos e cartões de crédito, que poderão ser oferecidos por outras instituições em condições semelhantes ou melhores às concedidas por bancos onde ele já é cliente. A intenção também é permitir que sejam disponibilizados produtos e serviços mais personalizados, além de facilitar a abertura de conta bancária no modelo tradicional e mesmo as digitais.

open banking
é uma plataforma supervisionada pelo Banco Central que vai permitir que os clientes compartilhem, sob autorização, dados pessoais com bancos e fintechs para receber melhores ofertas de produtos e serviços — como taxas de juros menores para empréstimos, por exemplo.

Esse procedimento será vinculado a uma oferta de produto ou serviço específico, como financiamento, abertura de conta ou cartão de crédito. O tempo máximo do compartilhamento será de um ano. As operações são limitadas entre os bancos autorizados pelo usuário. As instituições serão responsáveis pela segurança desses dados.

O sistema foi elaborado para que seja possível aceitar o compartilhamento de forma intuitiva, para que ao demonstrar interesse na oferta de um banco, o usuário indique as informações que quer compartilhar e seja encaminhado à plataforma da instituição que irá fornecer os dados.

ETAPAS DO OPEN BANKING

O open banking vai ser estabelecido gradualmente e com consentimento dos usuários, que vão poder escolher quais dados, por quanto tempo e entre quais instituições compartilhar. A partir desta sexta-feira (13) poderão ser compartilhadas as informações de cadastro, que incluem os dados pessoais, o endereço e a renda.

De acordo com a regulamentação estabelecida pelo Banco Central, é obrigatória a participação no open banking de todas as grandes e médias instituições financeiras do país.

Pix do Banco Central vai permitir saques em lojas
Pix do Banco Central foi serviço que começou a operar antes do open banking e que ganhará novas funções. (Marcello Casal/Agência Brasil)

DIRETOR DO BANCO CENTRAL DIZ QUE OPEN BANKING É SEGURO

O diretor de Regulação do Banco Central, Otavio Ribeiro Damaso, disse nesta sexta-feira, 13, que o Open Banking é "completamente seguro". "O cliente de produtos de serviços financeiros é que vai autorizar o compartilhamento de suas informações, por quando tempo elas poderão ser compartilhadas e quando essas informações deixarão e ser compartilhadas", afirmou, em evento de lançamento da Fase 2 do Open Banking, com o início do compartilhamento de dados cadastrais e transacionais

Ele lembrou que apenas as instituições reguladas, autorizadas e supervisionadas pelo BC participam do Open Banking. "Essas instituições são obrigadas a seguir todas as regras que regem o Sistema Financeiro nacional, inclusive a lei de sigilo bancário. O Open Banking foi feito seguindo os melhores padrões de segurança da informação", completou Damaso.

TIRE ALGUMAS DÚVIDAS
ENTENDA MELHOR O OPEN BANKING

Embora os efeitos não sejam instantâneos, a expectativa do Banco Central é de que o novo sistema mude a forma como o brasileiro compra imóveis, adquire planos de previdência e investe seu dinheiro. Em entrevista à Agência Estado, o diretor de Regulação do BC, Otavio Ribeiro Damaso, projeta maior facilidade de acesso ao crédito imobiliário com o open banking. Além disso, a partir da quarta fase, quando o sistema se transformará no open finance, Damaso espera que haja redução de custos para quem acessa fundos de investimento e planos de previdência privada.

O QUE É O NOVO SISTEMA?

O open banking tem algumas características. A primeira delas é a questão de ser uma iniciativa que, de fato, coloca o cidadão no centro das decisões em relação a seus dados financeiros. O segundo ponto é a padronização das informações. Hoje, há fintechs (startups do setor financeiro) que buscam informações em diferentes instituições para ofertar serviços, mas o acesso é difícil. As instituições nem sempre permitem, e os dados não chegam padronizados. Isso vai mudar no open banking. O terceiro aspecto é que os dados vão fluir de forma digital. Assim, o que o Banco Central está fazendo é criar uma plataforma para que o próprio mercado possa se desenvolver.

O QUE MUDA NA PRÁTICA NESTE DIA 13 DE AGOSTO?

A partir do dia 13 de agosto, muitas coisas começarão a funcionar, mas não necessariamente o mundo vai mudar no dia 14. As instituições vão começar a desenvolver os produtos com as funcionalidades que estarão prontas. É como se no dia 13 de agosto a internet estivesse pronta, mas as empresas ainda estariam desenvolvendo produtos para utilizar na plataforma. O desenvolvimento já começou, na primeira fase. No caso de alguém que utilize cheque especial, por exemplo, em determinado banco, uma segunda instituição poderá oferecer crédito rotativo, mais barato e em volume maior, quando necessário. A cobertura do saldo poderá ser automática.

COMO FUNCIONARÁ A DISPUTA POR CRÉDITO MAIS BARATO?

Um exemplo é o no financiamento imobiliário, dados o volume envolvido e o prazo. O cliente está disposto a procurar o crédito em outras instituições. No open banking, vai aparecer no meio do caminho uma fintech que buscará em todas as instituições financeiras as informações sobre a oferta de crédito imobiliário e reunirá isso para o cliente. Assim, quando ele entrar na plataforma, terá a informação de que no banco A o crédito está saindo a 5% ao ano, no banco B, a 4,8% ao ano, e no banco C, a 5,2% ao ano. Isso vai ser feito quase instantaneamente. E o cliente vai escolher a instituição com a melhor oferta.

FORNECER OS DADOS SERÁ SEGURO?

Tudo o que o Banco Central faz é com o maior nível de segurança possível. A segurança é, inclusive, o pilar de uma instituição financeira. Você só aceita depositar seu salário em um banco porque tem segurança da solidez da instituição. Assim, a segurança do open banking é igual à de todos os outros sistemas do sistema financeiro.

Hoje temos o problema das financeiras, que muitas vezes fazem ofertas excessivas de produtos a determinados públicos. Isso é uma preocupação no open banking?

No open banking, o cliente é que autoriza o uso das informações. Se ele autorizou uma instituição a ter acesso a seus dados, isso pode ser para um fim específico ou para algo mais amplo. Ele vai poder cancelar a qualquer momento a autorização.

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Com informações da Agência Brasil e Estado.

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