Alvo de críticas por causa do conteúdo da reforma do IR (Imposto de Renda), o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta sexta-feira (9) que a proposta não vai gerar aumento de tributação. Segundo ele, ou a medida sai bem feita ou não sai.
Em videoconferência promovida pela FGV (Fundação Getulio Vargas) em homenagem ao economista Carlos Langoni, falecido em junho, o ministro disse que as propostas "nunca ficam do jeito que a gente quer", mas voltou a afirmar que o texto está na direção correta.
"Vai sair bem feita ou não vai sair, não vai ter esse negócio de aumentar imposto", declarou.
O ministro defendeu o fim da isenção sobre dividendos, ponto do texto que vem sendo criticado por empresários. Pela proposta, haverá cobrança de 20% sobre a distribuição desses recursos –ganhos mensais de até R$ 20 mil seguirão isentos.
Para Guedes, o ideal seria que todos os tipos de renda, inclusive os ganhos com dividendos, fossem taxados por meio da tabela do IR da pessoa física, que hoje varia de 7,5% a 27,5%. Ele afirma, no entanto, que isso não poderá ser feito no momento.
"A renda dos mais ricos, não interessa se vem de salário, de aluguel, de bônus bilionários ou se vem de dividendos. Ela deveria cair no progressivo e ponto final. Nós temos tecnologia para fazer tudo direito, mas você sabe que tudo é mais difícil no mundo real, tem lobby, tem pressão", afirmou.
Na reunião, o ministro ainda fez elogios ao ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. Guedes afirmou que ele fez um trabalho extraordinário à frente da estatal.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro trocou Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna no comando da petroleira por críticas à política de preços da empresa. A troca foi interpretada pelo mercado como interferência do governo na estatal.
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