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Pacheco adia votação de projeto após retirada de 'taxação das blusinhas'

Pacheco adia votação de projeto após retirada de 'taxação das blusinhas'

Presidente do Senado atende pedido do líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA) e transfere votação da proposta para quarta-feira (5)

Publicado em 4 de junho de 2024 às 19:34

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BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou o adiamento da votação do Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) para a quarta-feira (5). A decisão ocorreu após o relator da matéria no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), ter anunciado mudanças no texto. Entre elas, está a retirada da chamada "taxação das blusinhas", que estabelecia a cobrança de 20% de imposto na compra de produtos importados no valor de até US$ 50 (R$ 250).

O pedido de adiamento foi feito pelo líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA). "É difícil pegar um tema desse, que foi construído para atrair investimentos para carros", declarou o senador.

presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Rodrigo Pacheco disse considerar o adiamento da votação "razoável". (Pedro França/Agência Senado)

Segundo ele, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já pretende vetar uma série de dispositivos do Mover.

Após a solicitação, Pacheco disse considerar o adiamento "razoável". "Em razão até da complexidade do tema, eu acho muito razoável o pedido do líder do governo, o senador Jaques Wagner, e fica desde já definido pela presidência o pedido de vossa excelência", disse o presidente do Senado. "Fica suspensa essa discussão, com adiamento para amanhã (quarta-feira)", decidiu.

Efeitos sobre a Zona Franca

Mais cedo, além de suprimir os dispositivos sobre a taxação do e-commerce e sobre o petróleo e o gás, o relator do projeto do Mover no Senado informou que também decidiu retirar do texto a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a produção de bicicletas.

Em discurso no plenário, Cunha leu o trecho do seu parecer que diz que, com a redução do IPI, "haverá perda da vantagem competitiva das indústrias que se estabeleceram na Zona Franca de Manaus".

O relator afirmou que o dispositivo não tem conformidade com o Novo Regime Fiscal e afirmou que "efeitos negativos da redução do IPI serão sentidos mais especialmente pelo Estado do Amazonas, pois a Zona Franca de Manaus é responsável por parcela significativa da produção nacional de bicicletas".

Cunha também afirmou que "o projeto do Mover não apareceu de um dia para o outro" e que também vai suprimir trechos que considera "corpos estranhos", como a taxação de bens importados e a exigência do conteúdo local para produção de petróleo e gás.

"Apoiamos suprimir referências à política de conteúdo local para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás", disse. Em relação à taxação, ele afirmou: "Além de o assunto (da taxação de bens) não guardar relação com Mover, vai na contramão de outros países".

Segundo Pacheco, as alterações de Cunha farão o texto retornar para a análise da Câmara dos Deputados.

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