O mercado de celulares no Brasil registrou queda no primeiro semestre causada pela pandemia de coronavírus, afirmou uma pesquisa conduzida pela consultoria IDC. Segundo o estudo, foram comercializados 10,4 milhões de celulares, 8,7% menos do que no mesmo período do ano passado.
Entre os tipos de aparelhos, 9,8 milhões foram smartphones, queda de 7,8%. Outros 544 mil foram feature phones - celulares mais simples, com botões físicos -, retração de 22,4% em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Na crise, os brasileiros também optaram por adquirir celulares mais baratos. Os mais vendidos - cerca de 5,1 milhões unidades - foram os chamados intermediários premium, com preço entre R$ 1.000 e R$ 2.000. A alta do dólar fez com que mesmo esses modelos também chegassem mais caros na prateleira em relação a 2019.
"Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença, e equilibraram melhor o seu estoque. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes chineses foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo", afirma Renato Meireles, analista da IDC.
O mercado cinza, de produtos com origem duvidosa, esteve na contramão e teve números expressivos. Segundo a pesquisa, o aumento nas vendas foi de 135% - foram 1,1 milhão de aparelhos comercializados e preços até 10% mais baratos do que no varejo.
"O maior movimento foi em janeiro, consequência dos lançamentos mundiais. Nos meses seguintes, com o fechamento das fábricas chinesas, houve queda no abastecimento e nas vendas", explica Meireles.
Para o segundo trimestre, é esperada uma queda de 32% nas vendas, em relação ao ano passado, resultado do fechamento do varejo na quarentena. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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