O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (24) esperar que não seja necessário prorrogar o pagamento do auxílio emergencial e que o coronavírus esteja "de partida do Brasil".
O mandatário deu a declaração ao conversar com um grupo de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Questionado sobre se o governo pretende prorrogar o auxílio emergencial, o presidente deixou uma brecha para essa possibilidade, mas afirmou torcer para que isso não ocorra.
"Pergunta para o vírus", respondeu a um apoiador. "A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecerem. Esperamos que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar e não teremos novos confinamentos no Brasil", continuou.
"Desde o começo, eu nunca fui a favor do confinamento. Sempre defendi a ideia do isolamento vertical, mas, infelizmente, a decisão coube aos governadores e prefeitos.",
Em seguida, Bolsonaro afirmou que não fosse a concessão do auxílio emergencial e outras medidas tomadas pelo governo, "a economia tinha quebrado no Brasil".
"Então, a gente espera que não seja necessário (a prorrogação do auxílio) e que o vírus esteja realmente de partida do Brasil", concluiu o presidente.
O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período.
Posteriormente, o governo estendeu de novo o pagamento do auxílio, mas a um valor de R$ 300, cuja última parcela será paga em dezembro.
Inicialmente, Bolsonaro pretendia reformular o Bolsa Família e lançar um novo programa, chamado Renda Brasil, para compensar o fim do pagamento do auxílio, que garante ao presidente ganhos eleitorais. A falta de fonte para custear a iniciativa, no entanto, tem travado a ideia de elaborar o novo projeto.
Nesta segunda (23), o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que, do ponto de vista do governo, não haverá prorrogação do auxílio emergencial para 2021. Segundo ele, a pandemia do coronavírus está cedendo no país e a atividade econômica está voltando.
Em videoconferência promovida pelas plataformas de investimento Empiricus e Vitreo, o ministro afirmou que o benefício pago a informais poderia ter duração de até um ano se o valor das parcelas fosse menor, de R$ 200, como propôs inicialmente a equipe econômica.
Reconhecendo que o valor de R$ 600 e a prorrogação com parcelas de R$ 300 até dezembro tiveram apoio do governo, ele afirmou que o programa acabou demandando muitos recursos do Tesouro Nacional.
"Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Então, do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial", disse.
O ministro ainda afirmou que há pressão política para que seja feita mais uma renovação da assistência. Ele ponderou que as ações do Executivo serão baseadas em evidências e o governo saberá como reagir em eventual situação de emergência, o que não está nos planos no momento.
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