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Petrobras gasta R$ 176 milhões por ano com prédio em Vitória

Petrobras gasta R$ 176 milhões por ano com prédio em Vitória

Presidente da companhia, Roberto Castello Branco, diante do alto custo de manutenção, coloca em xeque futuro da estrutura

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 01:01

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A companhia tem 2,3 mil funcionários no Estado, a maioria na sede de Vitória . ( Bernardo Coutinho)

Bonito, moderno, mas caro. O prédio da Petrobras em Vitória, na Avenida Nossa Senhora da Penha, custa R$ 176 milhões por ano à companhia, segundo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco em entrevista para o jornal “O Globo”.

Ele coloca em xeque a manutenção das atividades administrativas no local ao dizer que os gastos pesam muito no orçamento da companhia. “É um prédio bonito, moderno, fiquei surpreso. Temos pessoal de primeira trabalhando lá, mas nos custa R$ 176 milhões por ano. O prédio está na região mais valorizada de Vitória, melhor tecnologia, vidros importados da Bélgica, tem vidro à vontade, e persianas que se fecham automaticamente. Mas isso pesa muito no custo da companhia. Nossa busca contínua é a redução de custos”, disse.

Petrobras gasta R$ 176 milhões por ano com prédio em Vitória

Desde 2018, o edifício abriga também as unidades administrativas de campos de petróleo que estavam sob o comando do Rio de Janeiro. Cerca de 2 mil pessoas atuam na sede ou estão ligadas a unidade da petroleira na capital capixaba. A construção é luxuosa e conta até com vidraçaria belga e persianas italianas.

Procurada para falar sobre o possível fechamento da sede em Vitória ou mudança das operações para outro lugar, a Petrobras não respondeu.

Custo 6,3 vezes maior

Durante o estudo para a construção, o edifício da Petrobras tinha custo estimado em R$ 90 milhões. Na licitação, subiu para R$ 436,6 milhões, mas a obra foi contratada por R$ 486,1 milhões. Após vários aditivos, o preço final foi R$ 567,4 milhões. Ou seja, 6,3 vezes mais que o inicial. Esses valores já foram apontados em auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou em 16 de julho deste ano um processo administrativo para apurar a prática de cartel entre empresas na licitação para as obras da sede da Petrobras em Vitória. Inaugurada em 2012, a estrutura alvo do interesse de empreiteiras ainda em 2006, quando era apenas uma ideia.

A partir de acordo de leniência - uma espécie de delação premiada de empresas - uma nota técnica do próprio Cade concluiu que há "fortes indícios" de que as companhias, organizadas no "Clube das 12", atuaram para "fixar preços, dividir mercado e ajustar condições, vantagens ou abstenção em licitações públicas" em obras contratadas pela estatal do petróleo.

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