Bonito, moderno, mas caro. O prédio da Petrobras em Vitória, na Avenida Nossa Senhora da Penha, custa R$ 176 milhões por ano à companhia, segundo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco em entrevista para o jornal O Globo.
Ele coloca em xeque a manutenção das atividades administrativas no local ao dizer que os gastos pesam muito no orçamento da companhia. É um prédio bonito, moderno, fiquei surpreso. Temos pessoal de primeira trabalhando lá, mas nos custa R$ 176 milhões por ano. O prédio está na região mais valorizada de Vitória, melhor tecnologia, vidros importados da Bélgica, tem vidro à vontade, e persianas que se fecham automaticamente. Mas isso pesa muito no custo da companhia. Nossa busca contínua é a redução de custos, disse.
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Desde 2018, o edifício abriga também as unidades administrativas de campos de petróleo que estavam sob o comando do Rio de Janeiro. Cerca de 2 mil pessoas atuam na sede ou estão ligadas a unidade da petroleira na capital capixaba. A construção é luxuosa e conta até com vidraçaria belga e persianas italianas.
Procurada para falar sobre o possível fechamento da sede em Vitória ou mudança das operações para outro lugar, a Petrobras não respondeu.
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Custo 6,3 vezes maior
Durante o estudo para a construção, o edifício da Petrobras tinha custo estimado em R$ 90 milhões. Na licitação, subiu para R$ 436,6 milhões, mas a obra foi contratada por R$ 486,1 milhões. Após vários aditivos, o preço final foi R$ 567,4 milhões. Ou seja, 6,3 vezes mais que o inicial. Esses valores já foram apontados em auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou em 16 de julho deste ano um processo administrativo para apurar a prática de cartel entre empresas na licitação para as obras da sede da Petrobras em Vitória. Inaugurada em 2012, a estrutura alvo do interesse de empreiteiras ainda em 2006, quando era apenas uma ideia.
A partir de acordo de leniência - uma espécie de delação premiada de empresas - uma nota técnica do próprio Cade concluiu que há "fortes indícios" de que as companhias, organizadas no "Clube das 12", atuaram para "fixar preços, dividir mercado e ajustar condições, vantagens ou abstenção em licitações públicas" em obras contratadas pela estatal do petróleo.
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