Em reunião nesta quarta-feira (19), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu propor à categoria interrupção provisória da greve para negociação com a Petrobras no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão, porém, terá que ser confirmada em assembleias nos estados.
A greve completou 19 dias nesta quarta. Segundo a FUP, cerca de 21 mil empregados aderiram ao movimento, com mobilizações em 121 unidades operacionais da companhia. A paralisação ganhou força nos últimos dias com apoio de partidos de oposição e outras categorias.
A suspensão será votada porque na terça (18), o TRT (Tribunal Regional do Trabalho do Paraná) suspendeu as demissões da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, principal demanda da categoria, até audiência de conciliação no dia 9 de março.
A Petrobras afirmou nesta quinta, porém, que a demissão está mantida e as negociações se referem ao pacote de benefícios. O anúncio das demissões detonou a maior greve dos petroleiros desde 1995, quando a categoria ficou 32 dias parada.
Ao anunciar a decisão, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, disse que o "movimento que já é histórico só por existir resistir na atual conjuntura do país" e determinou a realização de assembleias até as 15h desta quinta (20).
A reunião de mediação com o TST está agendada para sexta (21), mas é condicionada à suspensão da greve. Rangel diz na nota que a greve pode ser retomada caso não haja avanços nas negociações.
A Petrobras decidiu hibernar a fábrica de fertilizantes, alegando que as operações dão prejuízo. Nesse processo, as atividades são suspensas e a empresa mantém apenas trabalhos de manutenção.
Ao todo, serão cerca de mil demitidos ?396 empregados da Petrobras e 600 terceirizados. A estatal diz ter oferecido pacote que inclui até R$ 210 mil em indenização, de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho, além de benefícios médicos, odontológicos e de educação por 24 meses.
Em nota, a companhia diz que, na audiência de conciliação, discutirá com o sindicato "as condições do pacote de benefícios". Cabe lembrar que a fábrica da Ansa [Araucária Nitrogenados SA] já se encontra em hibernação", diz a companhia. Segundo ela, os prejuízos com a unidade já superam R$ 2 bilhões.
Responsável por garantir o abastecimento nacional, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) diz que ainda não há impactos na produção, já que a Petrobras vem mantendo as operações com equipes de contingência.
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