BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (7) o empresário Rodrigo Reis, conhecido como "coach dos bitcoins", em Cajamar (SP). Ele é suspeito de aplicar um golpe em 10 mil clientes, causando um prejuízo de mais de R$ 260 milhões.
Rodrigo foi alvo da Operação Profeta, que cumpriu 10 mandados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a PF, o empresário usava a RR Investimentos para captar dinheiro que depois seria enviado para o exterior através de corretoras de criptomoedas, sem o conhecimento das vítimas.
O coach dos bitcoins tem um perfil no Instagram com mais de 81 milhões de seguidores, que ele usava para divulgar o esquema de investimento.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário.
Para atrair as vítimas, segundo a PF, o empresário apostava no discurso evangélico — o que originou o nome da operação — e na divulgação de eventos com celebridades.
Os investigadores apontam que o real interesse de Rodrigo não era de instruir as pessoas sobre o mercado financeiro e o universo de bitcoins, mas angariar recursos na RR Investimentos, empresa em que era CEO.
A holding RR Investimentos, criada por Rodrigo Reis, tinha outras dez empresas vinculadas. As ofertas prometiam retornos de até 9% dos investimentos. No entanto, a partir de 2022, as vítimas começaram a denunciar pela falta de retorno do dinheiro investido.
A plataforma Reclame Aqui registrou ao menos 285 reclamações desde novembro de 2021 com diferentes queixas sobre a RR Investimentos.
Em 2022, a holding tentou entrar com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça do Rio. Na decisão, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial, disse haver dúvidas sobre as operações financeiras realizadas pela RR Investimentos.
Além do empresário suspeito de liderar o esquema, a PF investiga a participação de Karen Santos, esposa de Rodrigo, por ser sócia da RR Investimentos.
O grupo é investigado por crimes contra o sistema financeiro e por exercício irregular da atividade de administrador de carteira no mercado de valores mobiliários sem a devida autorização do CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Também são apurados os crimes de organização criminosa transnacional e lavagem de dinheiro por meio de ativo virtual.
Rodrigo é suspeito de operar o mercado de criptoativos com valor monetário, através da corretora de criptomoedas Bitcluster, que também era operada pela sua holding.
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