O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o coronavírus levará a economia global à pior recessão desde a Grande Depressão dos anos 1930 o que provocará uma retração de 3,0% neste ano, uma estimativa bem diferente da alta de 3,3% realizada em janeiro. Para 2021, o PIB mundial deve apresentar uma recuperação e subirá 5,8%, acima dos 3,4% projetados anteriormente, de acordo com o documento Perspectiva Econômica Mundial.
No cenário do FMI, a recuperação da economia global deverá ocorrer a partir do segundo semestre, com o enfraquecimento da pandemia, o que permitirá gradual revogação de medidas para contê-la, como flexibilização do isolamento social em países.
Contudo, o Fundo ressalta que há muitas incertezas sobre a dinâmica da retomada, como as relativas a descobertas de vacinas e remédios para combater a enfermidade, a magnitude da ruptura das cadeias internacionais de produção, queda de produtividade, aperto das condições financeiras mundiais e mudanças de padrões de consumo.
De acordo com o Fundo, a retração da economia de países por causa da covid-19 deve ocorrer com mais vigor no segundo trimestre, com exceção da China, que foi registrada entre janeiro e março.
A economista-chefe do Fundo, Gita Gopinath, apontou que a atual crise não tem paralelo com outras por várias razões, entre elas o fato de que países precisaram fechar suas economias com o isolamento social, o que provocou imediata retração do nível de atividade com impactos bem maiores do que os registrados na Grande Recessão de 2008. "Em segundo lugar, como em guerra ou crise política, há uma grave e continua dúvida sobre a duração e intensidade do choque."
O Fundo estima que as economias avançadas deverão registrar uma retração de 6,1% neste ano, que deve apresentar uma retomada de 4,5% em 2021. Os países emergentes deverão exibir um melhor desempenho no período, pois devem ter uma queda de 1% em 2020, mas se fosse excluída a China, a retração seria de 2,2%. Para 2021, este grupo de nações deve registrar um avanço de 6,6%.
Os EUA deverão ter uma queda do PIB de 5,9% em 2020, ao invés de uma alta de 2,0% prevista no início do ano, enquanto que para 2021 ocorrerá uma elevação de 4,7%, bem acima da projeção anterior de 1,7%, apontou o FMI.
A zona do euro deve ter uma retração ainda maior neste ano, de 7,5%, número bem diferente da estimativa de alta de 1,3% divulgada em janeiro. Para 2021, também deve ocorrer uma elevação de 4,7%, número bem superior à previsão de 1,4%. A Alemanha deve ter uma contração da economia de 7,0% em 2020, mas o PIB avançará 5,2% no próximo ano.
O FMI também alterou as previsões para o Japão, pois para 2020 o PIB deve cair 5,2%, ante uma projeção anterior de alta de 0,7%. Em 2021, o país deve registrar uma elevação de 3,0%, bem acima da estimativa de avanço de 0,5%.
A China será um dos poucos países que deverá crescer neste ano, segundo o Fundo, pois deve apresentar uma expansão do PIB de 1,2%, o que representa uma redução expressiva ante a previsão anterior de incremento de 6,0%. Para 2021, a projeção do Fundo é uma alta de 9,2%, superior à estimativa de 5,8% realizada no começo de 2020.
De acordo com o FMI, a forte retração mundial em 2020 será influenciada em boa medida por uma queda de 11,0% do comércio internacional em volumes, uma projeção diferente da alta de 2,9% realizada em janeiro. No próximo ano, deve ocorrer uma expansão de 8,4% deste indicador de transações de mercadorias e serviços em termos internacionais, maior que o avanço de 3,7% previsto anteriormente.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta