O Itaú projeta que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a 6,4% em 2020. O tamanho da retração, no entanto, dependerá da duração do isolamento social, por conta da pandemia de coronavírus, e da recuperação da atividade econômica no terceiro trimestre.
O recuo de 6,4% considera o pior cenário-base, no qual a quarentena dura até 26 de maio e a recuperação do terceiro trimestre se limita a 25% de crescimento.
Mesmo no melhor cenário-base do banco, no qual a quarentena dura até 14 de abril e o terceiro trimestre tem uma recuperação de 100%, a projeção do banco é uma queda de 0,5% no PIB de 2020.
Segundo o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, a expectativa é que a recessão deste ano seja mais intensa do que a observada em anos anteriores.
"O intervalo de projeções é muito amplo e isso mostra o momento de grande incerteza que vivemos", afirmou em transmissão ao vivo nesta segunda-feira (6).
De acordo com Mesquita, o distanciamento social tem dificultado a assertividade dos índices de atividade econômica e, portanto, o banco utiliza um indicador próprio de atividade diária, construído a partir de informações públicas e proprietárias para acompanhar o gasto no consumo de bens e serviço.
"Nosso indicador mostra um mergulho pronunciado a partir de meados de março e, agora, aponta uma atividade econômica 35% menor do que o observado antes da crise. Acreditamos que esse indicador pode apresentar uma nova queda até que comecemos a ter uma nova normalização, com relaxamento do isolamento social", disse o economista-chefe.
Para ele, ainda é difícil prever quando esse momento vai acontecer, uma vez que depende da evolução da própria doença e da ação das autoridades de saúde e de Estado.
Para o primeiro semestre, também a depender da duração do isolamento social, o recuo do PIB pode variar de 7,5% no melhor cenário-base até uma queda de 13,5%, no pior cenário-base.
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