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Plano fiscal é que dará sustentação à taxa de juro, diz presidente do BC

Plano fiscal é que dará sustentação à taxa de juro, diz presidente do BC

Campos Neto disse ainda que nenhum país emergente vai se reestruturar depois da pandemia sem fluxos de investimentos externos

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 16:46

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (24), que o governo está trabalhando e um plano fiscal que deverá ser divulgado em breve e que este plano fiscal é que dará sustentação à taxa de juro baixa.

"Entendemos que o teto fiscal é importante e se afrouxarmos as regras fiscais vamos voltar aos problemas anteriores", afirmou o presidente do BC, acrescentando que o fiscal é importante e que e que esse é o lema atual do BC.

Campos Neto disse ainda que nenhum país emergente vai se reestruturar depois da pandemia sem fluxos de investimentos externos.

De acordo com ele, para que os fluxos externos de investimentos externos voltem, o BC fará tudo o que puder para resgatar a confiança dos investidores estrangeiros.

JUROS NO CHEQUE ESPECIAL E CARTÃO

O presidente do Banco Central fez também críticas a respeito da possibilidade de tabelamento de juros no cheque especial e no cartão crédito. Está em tramitação na Câmara um projeto, já aprovado no Senado, que trata desta limitação durante o período de pandemia.

"Quando você tabela preços, ou você cria anomalia, ou o produto deixa de existir", defendeu Campos Neto.

Segundo ele, existe no Brasil uma distorção de preços em alguns produtos de crédito. O presidente do BC lembrou que a autarquia promoveu um realinhamento no cheque especial, que começou a valer em janeiro.

Em relação ao cartão, ele pontuou que o produto tem um "bolo" grande de transações, mas que o financiamento propriamente dito equivale a apenas 15% do total. "No produto parcelado sem juros, quem toma a decisão de parcelar é o lojista, mas quem toma o risco é o banco. Como o banco compensa isso? Ele cobra os juros no cartão, em outro lugar", disse.

Campos Neto defendeu que, "para ter um juro mais baixo no cartão, você tem que fazer uma reengenharia do produto". "O cartão tem uma anomalia. Não existe parcelado sem juros em nenhum lugar do mundo", disse.

O presidente do BC participou nesta segunda-feira do Estadão Live Talks, ciclo de debates dedicado a compreender os desafios e identificar as alternativas para o Brasil reaquecer sua economia, após a passagem da pandemia do novo coronavírus.

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