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Por que a fusão da Fibria foi rápida e a da Garoto não saiu do papel?

Por que a fusão da Fibria foi rápida e a da Garoto não saiu do papel?

O processo da fábrica de celulose foi concluído em menos de um ano, enquanto o da indústria de chocolates se arrasta há 17 anos

Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 18:13

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A fusão entre a Fibria, que produz celulose no Espírito Santo, e a gigante paulista Suzano foi anunciada oficialmente no dia 14 de janeiro deste ano. A aliança foi aprovada sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Comissão Europeia menos de um ano após as tratativas entre as empresas terem iniciado, em março de 2018.

O período de desfecho do processo é considerado curto em comparação a outros casos, como o da compra da capixaba Chocolates Garoto pela transnacional Nestlé, que se arrasta desde meados de 2002. A aquisição foi vetada dois anos depois pelo Cade, que na época entendeu que a operação seria prejudicial para a concorrência. O conselho impôs condições para a conclusão, entre elas que a empresa capixaba se desfizesse de produtos. As negociações já duram quase 17 anos e ainda não foram concluídas.

Chocolates Garoto. (Reprodução)

De acordo com o Cade, os dois casos se tratam de negociações completamente diferentes. Fibria e Suzano não competem no mesmo mercado e desenvolvem produtos complementares: a celulose capixaba serve de matéria-prima para a produção do papel da empresa paulista.

O economista Orlando Caliman também destaca as diferenças de perfil das negociações. “Suzano e Fibria são produtores de commodities, já Garoto e Nestlé fabricam um produto consumido pelo cliente final e têm mais concorrentes no segmento. Qualquer mudança pode gerar um desequilíbrio no mercado”, explicou Caliman.

O economista acredita que o Cade dificultou a negociação entre as fabricantes de chocolate por elas serem concorrentes diretas no mercado. A aliança entre as duas daria domínio a Nestlé, que se tornaria a principal empresa no mercado. No parecer do conselho, a negociação entre as empresas apresentava “alto potencial lesivo à concorrência”. O processo foi vetado pelo órgão em 2004 com base na antiga legislação vigente na época. A conclusão resultaria em uma concentração de mais de 58% do mercado de chocolates por parte da transnacional.

A assessoria da Nestlé afirmou que a empresa permanece buscando a conclusão das negociações. Após a fusão ser vetada, a empresa recorreu da decisão e teve decisão favorável no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou que uma nova análise do caso pelo Cade.

OTIMISMO

Enquanto o impasse continua na indústria de alimentos, a aliança das empresas de celulose pode causar impacto positivo direto na economia capixaba.

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Para o economista Pedro Lang, a operação vai atrair investimentos e negócios para o Norte do Estado. “Essa fusão é positiva e traz um ganho financeiro para o Estado, capaz de criar vagas de emprego e levar novos investimentos para a região”, disse Lang.

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