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Portos de Vitória e Barra do Riacho podem atrair chineses

Portos de Vitória e Barra do Riacho podem atrair chineses

Para especialistas, privatização pode atrair mais cargas e empresas, aumentando a atividade portuária e desenvolvendo a economia

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 19:39

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Governo federal confirmou a privatização da Codesa, responsável pelo porto de Vitória. (Vitor Jubini)

O processo de privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)confirmado no último dia 21 pelo governo federal, pode atrair a atenção de investidores estrangeiros para os portos de Vitória e Barra do Riacho, em Aracruz, ambos administrados pela empresa. Entre os interessados, segundo as professoras Andreia Coutinho e Flávia Nico, do Observatório Cidade e Porto, estão os chineses.

Segundo elas, o governo chinês tem investido na compra de terminais portuários no leste da África para criar um extensão territorial e aumento da influência política, o que faz com que abra a possibilidade do porto capixaba entrar no radar dos chineses.

"A garantia que a China tem para se manter como potência mundial é o comércio e eles estão fazendo isso garantindo a presença em portos até mesmo fora da China. O Porto de Vitória não é um porto concentrador, mas se você recebe um capital estrangeiro muito forte, nada impede que ele evolua a esse ponto", comenta Andreia.

Recentemente, chineses compraram partes de portos na Bélgica, Espanha, Itália e Grécia. "A Inglaterra está voltando atrás na privatização de um porto por conta dessa expansão chinesa", acrescenta Flávia.

Já o economista e sócio da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, Cláudio Frischtak, analisa que a possibilidade de investidores estrangeiros disputarem os terminais capixabas se dará se for possível investir em mais portos a serem privatizados no país.

"Os investidores estrangeiros não vão vir para o Brasil comprar apenas um ativo. Porém, se houver essa sinalização de que outros portos poderão ser privatizados e os investidores conseguirem montar um bom portfólio no Brasil, isso pode fazer com que eles passem a ter mais interesse”, opina Frischtak, lembrando que empresas nacionais devem ser a maioria na disputa.

Além da Codesa, por enquanto, a empresa que administra o Porto de Santos, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), está incluída no plano de privatizações do governo federal anunciado na semana passada. 

APOIO

Cláudio Frischtak, apoia a decisão do governo de se desfazer das empresas estatais. Segundo ele, essa medida já deveria ter sido tomada há algum tempo. "Salvo raras exceções, nos últimos 15 a 20 anos houve uma degradação das empresas públicas no país – tanto federais quanto estaduais. Muitas estatais têm problemas de governança, gestão e mobilização de recursos", avalia.

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"Para o Espírito Santo, essa privatização é espetacular. Gostaria que no Rio fosse feito da mesma forma, porque atrai investimentos para o Estado e tende a melhorar muito o serviço. Pensando enquanto operador de um porto, eu vou querer levar mais carga, mais companhias e desenvolver a atividade portuária”, conclui o economista, que tem escritório na capital fluminense.

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