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Preço do combustível não justifica aumento da passagem aérea, diz Haddad

Preço do combustível não justifica aumento da passagem aérea, diz Haddad

Ministro também afirma que setor não terá socorro com dinheiro do Tesouro

Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 15:39

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RIO DE JANEIRO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (5) que o preço do querosene de aviação, o QAV, não pode ser usado como justificativa para o aumento das passagens aéreas no Brasil. Haddad destacou que o valor do combustível vem em trajetória de baixa.

A declaração ocorre em meio a uma pressão das companhias aéreas por medidas de socorro junto ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após os impactos da pandemia.

O setor reclama do patamar de preços do QAV, argumentando que a Petrobras teria mais espaço para reduzi-lo — a estatal contesta essa avaliação. Na semana passada, a companhia afirmou que, em 12 meses, cortou em cerca de 30,3% o valor do combustível para as distribuidoras.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

"Vamos esclarecer que o preço do querosene [de aviação] caiu durante o nosso governo. O preço do querosene não pode ser justificativa para aumento do custo de passagem aérea", disse Haddad.

A declaração ocorreu em uma entrevista após o ministro participar de um encontro com pesquisadores do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) no Rio de Janeiro.

Haddad afirmou que o governo está estudando uma possível ajuda para a reestruturação do setor aéreo, mas sem dinheiro do Tesouro Nacional. O ministro estimou que uma proposta de auxílio poderá ser desenhada ainda neste mês de fevereiro.

"Vamos entender melhor o que está acontecendo. Não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária", afirmou Haddad.

A coluna Painel S.A. apurou que, em uma reunião com Lula prevista para esta semana, as companhias aéreas reforçarão um pedido feito a Haddad de ao menos R$ 3 bilhões em linhas de crédito. Sem isso, elas não devem aderir ao programa Voa Brasil, cuja ideia é ofertar passagens a R$ 200 para grupos específicos.

Nesta segunda, Haddad disse que a ajuda ao setor "pode ter" a criação de um fundo, mas ele reforçou que o auxílio não contará com despesas primárias. No final do ano passado, o ministro demonstrou preocupação com o impacto das passagens aéreas na inflação.

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