A pandemia do novo coronavírus voltou a pressionar a atividade econômica em abril, o segundo mês de isolamento social no Brasil. O Banco Central informou nesta quinta-feira que seu Índice de Atividade (IBC-Br) despencou 9,73% em abril ante março, na série já livre de influências sazonais. Em março, o recuo havia sido de 6,16% (dado revisado).
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica nos últimos meses.
De março para abril, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 131,05 pontos para 118,30 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor valor desde outubro de 2006 (117,99 pontos).
A baixa do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, que esperavam resultado entre -16,00% e -8,40% (mediana em -10,24%).
Na comparação entre os meses de abril de 2020 e abril de 2019, houve baixa de 15,09% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 117,89 pontos em abril. Este é o pior resultado para meses de abril desde 2006 (112,61 pontos).
O indicador de abril de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho em linha com o apontado pela mediana (-15,00%) das previsões de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast Projeções (-20,80% a -13,10% de intervalo).
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é de variação zero. Este cálculo, no entanto, está defasado, como vem reconhecendo o próprio BC. No dia 25, a instituição divulgará uma nova estimativa por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, a projeção é de queda de 6,51% do PIB em 2020. O Focus reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro.
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