O crescimento dos produtos alimentícios, principalmente açúcar e suco de laranja, mais a alta nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos, ajudaram a indústria brasileira a crescer 0,8% em outubro, informou nesta quarta-feira (4) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado fez com que a indústria registrasse a terceira alta seguida do setor, com expansão de 2,4% no período. "Algo que não acontecia desde o fim de 2017", disse o IBGE. Também foi o melhor mês de outubro desde 2012, segundo o instituto, quando a produção industrial registrou aumento de 1,5%.
Três das quatro grandes categorias econômicas, além de 14 dos 26 ramos pesquisados, tiveram avanços no décimo mês de 2019. Produtos alimentícios cresceu 3,4%, enquanto os farmacêuticos e farmoquímicos mostraram expansão de 11,2%.
"Foram as influências positivas mais importantes no crescimento de outubro", apontou o IBGE.
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,9%), celulose, papel e produtos de papel (2,4%), impressão e reprodução de gravações (15,3%), máquinas e equipamentos (1,4%), outros produtos químicos (1,1%), produtos de minerais não-metálicos (1,8%) e bebidas (1,6%) foram outros setores que também tiveram impactos positivos relevantes.
De um modo geral, as indústrias de transformação registraram crescimento de 0,8% em outubro. Outros ramos que cresceram foram produtos do fumo (8,5%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (0,3%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (4,7%) e produtos diversos (1,6%).
Por outro lado, a metalurgia caiu 3,2%, com perda de 7,1% nos cinco meses seguidos que a produção vem diminuindo. Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis também tiveram queda de 2,1%. As indústrias extrativas foram outro registro negativo de outubro (-1,1%).
"Esses três segmentos têm forte impacto no contexto do setor industrial, mas o maior deles decorre dos derivados do petróleo. Na metalurgia, a sequência de quedas ocorreu principalmente nos produtos siderúrgicos", disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias mostrou retratação de 0,6%, enquanto móveis registrou 5,6% negativos.
Os números são todos com base na comparação com o mês imediatamente anterior, no caso, setembro de 2019.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (1,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,0%) obtiveram bons números, de acordo com o IBGE. Bens intermediários (0,3%) foi mais um a mostrar alta, enquanto bens de capital recuou 0,3%
Na comparação o mesmo mês do ano passado, a indústria avançou 1%, após alta de 1,1% em setembro, quando interrompeu três meses de resultados negativos seguidos. Nos dez primeiros meses de 2019, o setor industrial acumula queda de 1,1%.
Segundo o gerente da pesquisa, o aumento na massa salarial, do crédito, a inflação baixa e a liberação das famílias contribuíram para a alta na produção industrial.
"O crescimento da indústria vem sendo influenciado pela demanda doméstica e por uma pequena melhora no mercado de trabalho. Essa melhora mostra uma mudança no setor industrial, que até metade do ano estava negativo", disse André Macedo.
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