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Projeção do PIB de 2020 passa de queda de 5,31% para recuo de 5,11%

Projeção do PIB de 2020 passa de queda de 5,31% para recuo de 5,11%

Para o IPCA, os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão em 2020 tendo em vista a pressão recente nos preços de alimentos, como o arroz

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 11:17

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Economia
Economistas analisam o mercado financeiro do ano de 2020. (Breakingpic/ Pexels)

Os economistas do mercado financeiro voltaram a reduzir suas projeções para o ritmo de retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (14), a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,31% para queda de 5,11%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,52%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do PIB em alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, o número estava no mesmo patamar.

No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 6,38% para queda de 6,90%. Há um mês, estava em baixa de 7,68%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 5,33% para 5,50%, ante 5,42% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,00% para 67,50%. Há um mês, estava em 67,25%. Para 2021, a expectativa foi de 69,83% para 69,95%, ante 69,65% de um mês atrás.

DÉFICIT PRIMÁRIO

O Relatório de Mercado Focus trouxe, ainda, alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 11,70% para 12,00%. No caso de 2021, foi de 2,60% para 2,80%. Há um mês, os porcentuais estavam em 11,73% e 2,80%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 passou de 15,00% para 15,30%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 6,25% para 6,50%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,00% e 6,35%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

BALANÇA COMERCIAL

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 55,00 bilhões para US$ 55,15 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,00 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 53,35 bilhões para US$ 53,40 bilhões. Há um mês, estava em US$ 52,75 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 8,10 bilhões para US$ 7,50 bilhões, ante US$ 7,75 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 15,60 bilhões para US$ 15,10 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 15,60 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 51,25 bilhões. Para 2021, a expectativa foi de US$ 65,48 bilhões para US$ 66,48 bilhões, ante US$ 65,96 bilhões de um mês antes.

IPCA

Com a pressão recente nos preços de alimentos, como o arroz, os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (14), pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,78% para 1,94%. Há um mês, estava em 1,67%. A projeção para o índice em 2021 passou de 3,00% para 3,01%. Quatro semanas atrás, estava em 3,00%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

Ainda assim, a projeção dos economistas para a inflação continua bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 passou de 1,64% para 1,95%. Para 2021, a estimativa do Top 5 subiu de 3,00% para 3,20%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,58% e 2,89%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,48%, igual a um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 passou de 3,25% para 3,50%, ante 3,25% de quatro semanas antes.

ÚLTIMOS 5 DIAS ÚTEIS

Mesmo após o governo atuar para tentar conter a alta do preços de alimentos, como o arroz, a projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos cinco dias úteis foi de 1,78% para 1,95%. Houve, no Focus, 98 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,68%.

No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos cinco dias úteis foi de 2,99% para 3,00%. Há um mês, estava em 3,00%. A atualização no Focus foi feita por 96 instituições.

OUTROS MESES

Com o aumento dos preços de alimentos impactando o valor da cesta básica nas últimas semanas, os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em setembro de 2020, de alta de 0,19% para avanço de 0,27%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava alta de 0,18%

Para outubro, a projeção no Focus foi de alta de 0,29% para 0,33% e, para novembro, seguiu em 0,24%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,25% em ambos os meses.

No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de 3,00% para 3,14% de uma semana para outra - há um mês, estava em 2,94%.

SELIC

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira (14) que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 caiu de 2,88% ao ano para 2,50% ano, ante 2,75% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, ante 4,75% de um mês antes. Para 2023, passou de 5,75% para 5,50%, ante 6,00% de quatro semanas atrás.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana. Todas as 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast esperam manutenção da taxa Selic no nível de 2,0%.

No início de agosto, ao cortar a Selic de 2,25% para 2,00% ao ano, o colegiado informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".

Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva."

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus ((Top 5), a mediana da taxa básica em 2020 foi de 1,88% para 2,00% ao ano, ante 1,88% de um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 foi de 4,25% para 4,00%. Há um mês, estava em 4,50%. No caso de 2023, foi de 5,75% para 5,00%, ante 5,75% de quatro semanas antes.

CÂMBIO

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (14), pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,25, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 5,00, valor igual ao registrado quatro pesquisas atrás.

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