Um dos setores que mais influencia a economia do Espírito Santo apresentou uma forte queda no trimestre. Entre as causas, está a paralisação das atividades em Brumadinho, Minas Gerais, após o estouro da barragem em janeiro. Isso pode trazer efeitos futuros na economia capixaba. Na contramão da indústria em geral, que cresceu 0,7%, o setor da indústria extrativista - que integra a mineração, petróleo e celulose - registrou uma queda de 3,8% em relação ao trimestre anterior.
Segundo explicou a gerente de Estudos Econômicos do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Silvia Varejão, a queda é explicada, principalmente, pelas consequências do desabamento da barragem em Brumadinho e pela queda na produção de petróleo.
"O setor extrativo, tanto em termos de Brasil quanto de Espírito Santo, tem apresentado quedas. Muito disso é por conta dos impactos do interrompimento dos trabalhos em Brumadinho. No Estado, isso impacta diretamente na redução da produção de pelotas", explicou.
"A produção de minério de janeiro a julho deste ano foi de 11 milhões de toneladas. No ano passado foram 15 milhões - uma redução percentual de 27% e que impacta o comércio internacional e o desempenho da indústria", utilizou Silvia como exemplo.
A representante do Ideies disse acreditar na retomada da produção para os próximos meses. "A Vale e a Petrobras revisaram suas produções para baixo, mas a gente tende a ser otimista, acreditando numa recuperação, concluiu.
O mesmo otimismo não é partilhado, porém, pela pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV IBRE Luana Miranda - sobretudo no que diz respeito à Vale. "A questão não é apenas Brumadinho, mas todos os eventos em cadeia que ela gerou. Foram paralisações e reduções da atividade em diversas minas. A gente não tem uma perspectiva de quando a situação vá se normalizar", ponderou.
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