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Santander aumenta reserva para calote e lucro cai 41,2% no 2º trimestre

Santander aumenta reserva para calote e lucro cai 41,2% no 2º trimestre

O resultado reflete o aumento nas reservas para calotes, que dobrou no período, para R$ 6,5 bilhões

Publicado em 29 de julho de 2020 às 10:38

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Santander
O banco de origem espanhola é o primeiro a divulgar os resultados do segundo trimestre, período que captou em sua totalidade os efeitos da pandemia. (Fernando Madeira)

O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 41,2% em relação a igual período de 2019.

O resultado reflete o aumento nas reservas para calotes, que dobrou no período, para R$ 6,5 bilhões. Deste total, 3,2 bilhões respondem por uma provisão adicional feita pelo banco para cobrir possíveis riscos e perdas trazidos pela crise do coronavírus.

Sem o aumento das provisões, o lucro do banco teria aumentado 7,2% na mesma comparação.

O banco de origem espanhola é o primeiro a divulgar os resultados do segundo trimestre, período que captou em sua totalidade os efeitos da pandemia. Em relação aos três primeiros meses do ano, o lucro do Santander caiu 44,6%.

O banco já havia registrado um aumento de 19% nas provisões do primeiro trimestre, para R$ 3,424 bilhões, volume bem inferior ao registrado pelas demais grandes instituições do país.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira (29), o banco afirmou que o aumento das provisões também reflete o aprimoramento dos modelos matemáticos para concessão de crédito.

"Seguimos com a evolução contínua dos nossos modelos de riscos, que ajudou na manutenção, em patamares controlados, da qualidade da carteira de crédito", disse, em nota.

A carteira de crédito total do Santander cresceu 20,5% no segundo trimestre, para R$ 382,9 bilhões, refletindo o aumento da carteira corporativa. Desconsiderando a variação cambial do período, o crescimento da carteira foi de 16,5%.

Os empréstimos para grandes empresas subiram 41,8% no período, para R$ 122,6 bilhões. Já o crédito para pequenas e médias tiveram alta de 27,3%, para R$ 46,6 bilhões.

A carteira para pessoas físicas subiu 11%, para R$ 157 bilhões. O financiamento para consumo teve alta de 6,7%, para R$ 56,7 bilhões.

"Em virtude do cenário, também oferecemos aos clientes a possibilidade de prorrogar os prazos de pagamento. Com isso, a carteira prorrogada atingiu R$ 49,8 bilhões (ou 13% do salto da carteira de crédito total), sendo que 52% da carteira prorrogada possui garantias, dada nossa estratégia de focar em produtos menos arriscados desde o ano passado", afirmou o banco em nota.

O resultado do aumento dos empréstimos foi o crescimento da margem financeira (a principal receita dos bancos, gerada com operações de crédito), que subiu 20,2% em relação ao segundo trimestre de 2019, para R$ 13,6 bilhões.

A inadimplência do banco ficou em 2,4% em junho deste ano, um recuo de 0,6 ponto percentual na comparação anual.

As receitas com prestação de serviços e tarifas do Santander atingiram R$ 4,1 bilhões, um recuo de 11,3% na mesma relação. O movimento foi refletido principalmente pela queda de 18,5% nas receitas com cartões e serviços da adquirente, que ficaram em R$ 1,231 bilhão no período.

O Santander chegou a estimular clientes a usarem mais o cartão de crédito, com aumento de 10% no limite para gastos. No entanto, a demanda caiu, limitando não só os ganhos com empréstimos nessa linha, mas também as receitas com tarifas.

"Destacamos que o fechamento de um número relevante de nossas lojas no início do trimestre impactou significativamente determinadas receitas, nas quais já observamos uma melhora a partir de junho", disse o banco em relatório.

O banco fechou 93 agências no período de comparação, 26 PABs (Pontos de Atendimento Bancário) e tirou 388 caixas eletrônicos próprios.

O número total de funcionários do banco também diminuiu em 5,2% (2.564 pessoas) na mesma relação. Em comparação ao primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 1,8% (844 pessoas).

As demissões ocorrem durante a pandemia do novo coronavírus mesmo após o banco ter assinado um compromisso público de que não demitiria enquanto perdurasse a crise. Em junho, executivos do banco anteciparam à Folha que o processo de demissões poderia chegar a um corte de 20% do quadro geral de funcionários. O banco negou o percentual.

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