O Santander revisou para baixo as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 2021, de 2% para 1% e de 2,5% para 2%, respectivamente, como reflexo dos efeitos econômicos causados pela pandemia do coronavírus.
As revisões foram anunciadas nesta terça-feira, 17, pelo economista-chefe do banco, Mauricio Oreng, em teleconferência com jornalistas.
"Trabalhamos com um cenário onde o impacto do surto começa a dissipar no segundo trimestre. Isso vai ficando mais visível no terceiro trimestre e, no quarto trimestre, voltamos à normalidade", afirmou o economista.
Segundo Oreng, haverá contração da economia no primeiro semestre e expansão no segundo semestre. Para os trimestres, o banco estima, na margem e com ajuste sazonal, contração de 0,2% no primeiro trimestre, recuo de 0,4% no segundo trimestre, expansão de 0,3% no terceiro trimestre e avanço de 0,5% no quarto trimestre.
O País passaria, portanto, por uma recessão técnica no primeiro semestre.
Na avaliação do economista, o Brasil será afetado pela da desaceleração da demanda global, que terá impacto sobre as exportações brasileiras e as condições financeiras.
No cenário doméstico, o banco espera algumas paralisações de atividades, que podem durar de 20 a 30 dias nas grandes cidades. "No final do 2º trimestre, caminharíamos para a normalidade (com o fim das paralisações)", disse.
Oreng, contudo, ponderou que o cenário é de muitas incertezas, então, é provável que as revisões de projeções sejam feitas com maior frequência, para acomodar os desdobramentos da crise. Segundo ele, se houver novas previsões, é provável que as estimativas sejam revistas para baixo.
Para 2021, com o fim dos choques econômicos causados pela pandemia, o Santander espera que haja recuperação da atividade. Se a agenda de reformas caminhar com mais velocidade, em especial com a aprovação da PEC emergencial, a projeção de crescimento poderá voltar a ser de 2,5%, ele disse.
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