Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira (19) que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.
Já a projeção para a Selic no fim de 2021 seguiu em 2,50% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, permaneceu em 5,50%, ante 5,63% de quatro semanas atrás.
Em setembro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado", mas "devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".
Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva".
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus (Top 5), a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 2,00% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, seguiu em 4,75%, ante 5,00% de quatro semanas antes.
Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,03% para queda de 5,00%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,05%. Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto, de alta de 3,50% para 3,47%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 6,00% para retração de 5,98%. Há um mês, estava em baixa de 6,30%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 4,53% para 4,27%, ante 5,01% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,00% para 67,40%. Há um mês, estava em 67,25%. Para 2021, a expectativa foi de 69,20% para 70,00%, ante 69,90% de um mês atrás.
O Relatório de Mercado Focus trouxe, ainda, manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 12,00%. No caso de 2021, permaneceu em 3,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 12,00 % e 2,80%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15,80%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, foi de 6,50% para 6,87%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,30% e 6,50%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 57,49 bilhões para US$ 57,56 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,30 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 52,75 bilhões.
No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 6,81 bilhões para US$ 6,71 bilhões, ante US$ 6,81 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo permaneceu em US$ 17,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 15,21 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 50,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,76 bilhões. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 67,00 bilhões de um mês antes.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 19, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,47% para 2,65%. Há um mês, estava em 1,99%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,02%. Quatro semanas atrás, estava em 3,01%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.
A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).
Em 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0,64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,77% para 2,82%. Para 2021, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,17%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,05% e 3,20%, respectivamente.
No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, ante 3,48% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
A projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 2,64% para 2,76%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 79 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 2,01%.
No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,08% para 3,10%. Há um mês, estava em 3,00%. A atualização no Focus foi feita por 78 instituições.
O Relatório Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2020. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 0,92% para 0,96%. Para 2021, a mediana passou de alta de 3,91% para 3,90%. Há um mês, o mercado projetava aumentos de 0,90% e de 3,84% para os preços administrados em 2020 e 2021, respectivamente.
O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 19, pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,30 para R$ 5,35 ante R$ 5,25% de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio seguiu em R$ 5,10, ante os R$ 5,00 registrados quatro pesquisas atrás.
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