O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirmou nesta sexta-feira (4) que, "sem o fiscal, não dá para fazer política monetária". Em sintonia com comunicações mais recentes do BC, o diretor fez uma defesa da manutenção do teto de gastos - mecanismo que limita o gasto do governo ao orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação.
"A política fiscal é o fator número um para o BC e para os investidores", afirmou o diretor.
Segundo ele, as dúvidas sobre a política fiscal acabam por dominar os diversos aspectos da economia, inclusive as decisões do BC sobre a Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 2,00% ao ano. "Todas as decisões, inclusive as de política monetária, estão sendo brutalmente influenciadas pelo fiscal", comentou.
O diretor do BC defendeu ainda que não vale a pena "correr riscos" na política monetária, caso o teto fiscal seja desrespeitado. "Enquanto a política fiscal está ok, podemos fazer nosso trabalho na política monetária. Se a política fiscal não está ok, não conseguimos fazer mais nada", afirmou.
Kanczuk pontuou ainda que, mesmo que o País esteja obtendo uma inflação baixa, a desordem do fiscal é um problema para a condução da política monetária.
O diretor de Política Econômica do Banco Central fez uma defesa da autonomia da instituição. Segundo ele, "estudos mostram que autonomia do Banco Central significa inflação mais baixa".
O projeto de autonomia do BC está atualmente em tramitação no Congresso.
Bandeira histórica da instituição, a autonomia é vista como uma forma de ampliar a credibilidade do BC e, em paralelo, os efeitos da política monetária.
O diretor do BC participou nesta sexta-feira de evento virtual do jornal Valor Econômico.
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