Último setor da economia a iniciar retomada após o pico da pandemia, os serviços apresentaram crescimento de 2,9% em agosto na comparação com o mês anterior, informou nesta quarta-feira (14) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi o terceiro mês consecutivo de alta, mas as vendas do setor ainda se encontram 9,8% abaixo do verificado antes da crise causada pela chegada da Covid-19 no país. Na comparação com agosto do ano passado, as vendas do setor de serviços caíram 10%.
A alta, porém, ainda não recupera as perdas causadas pelos efeitos da Covid-19 no país. No acumulado de janeiro a agosto, o setor registra retração de 9%. Considerando os últimos 12 meses, a queda é 5,3%.
O setor de serviços é o principal componente do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o maior gerador de empregos do país. Sua recuperação é considerada fundamental para definir o ritmo de retomada da economia após as flexibilização das medidas de isolamento social.
É nesse setor que estão atividades como bares e restaurantes, hotéis, cinemas ou salões de beleza. Com maior dependência de contato pessoal, elas tiveram grandes perdas e demoram mais a se recuperar, seja porque ainda enfrentam restrições ao funcionamento seja pelo temor de contaminação.
A retomada da economia brasileira com a flexibilização das medidas restritivas pelo país não tem sido igual em todos os setores.
Indústria e comércio emendam quatro meses consecutivos de alta. Este último, que no PIB é parte dos serviços, já recuperou os níveis de venda pré-pandemia e ficou 2,6% acima do recorde de outubro de 2014. Segundo o IBGE, a diversidade do setor de serviços e a dependência do contato explicam a recuperação mais lenta. O comércio brasileiro fechou com alta de 3,4% em agosto. De acordo com o IBGE, o setor está 8,9% acima do patamar de fevereiro, superando totalmente as perdas acumuladas durante a pandemia.
Na produção industrial, o crescimento em agosto foi de 3,2%. O setor, porém, ainda não conseguiu recuperar as perdas do pior período da crise, quando teve perdas de 27%. Diante desse cenário, a indústria ainda continua 2,6% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia.
A pandemia também segue deteriorando o mercado de trabalho no Brasil. A taxa de desemprego atingiu o patamar inédito de 13,8% no trimestre encerrado em julho.
É recorde também o número de brasileiros que se declararam desalentados, ou seja, que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não vão encontrar uma vaga: 5,8 milhões. Igualmente inédito é o número de trabalhadores que se consideram subutilizados -trabalham menos horas do que gostariam. Esse contingente reunia 32, 9 milhões de pessoas.
No total, em julho, eram 52 milhões atingidos pela crise no emprego causada pela Covid-19 e seus efeitos.
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