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Siderúrgicas aumentam em 10% o preço do aço e valor pode voltar a subir

Siderúrgicas aumentam em 10% o preço do aço e valor pode voltar a subir

Esse é o segundo reajuste desde o início da pandemia e pode voltar a ocorrer em outubro se o preço da commodity e do dólar no mercado internacional se mantiver firme

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 14:18

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Emprego: indústria
Emprego: indústria. (Skeeze/Pixabay )

Nos últimos dois dias, as principais siderúrgicas do País aumentaram em cerca de 10% os preços do aço. É o segundo reajuste desde o início da pandemia e pode voltar a ocorrer em outubro se o preço da commodity no mercado internacional se mantiver firme e o dólar permanecer no atual patamar, segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço (Inda), Carlos Loureiro.

"A primeira a reajustar foi a Arcelor Mittal, em agosto. E agora nos últimos dois dias as demais siderúrgicas também aumentaram os preços em cerca de 10%. Apesar dos reajustes, o prêmio continua negativo e provavelmente teremos novos aumentos em outubro", afirmou Loureiro.

A Gerdau informou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) nesta quinta que os preços dos aços planos para setembro foram reajustados entre 7% e 11%. Já a Usiminas disse que não comenta a sua política de preços. Na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Luiz Fernando Martinez, diretor comercial, já havia falado em julho, durante uma teleconferência com analistas, que o mercado de aço brasileiro estava mostrando demanda melhor que a esperada e que, por isso, os preços iriam subir.

"Não tem jeito, o aumento do dólar não fica de graça. Ainda não tem nada resolvido, mas as usinas já estão falando de um novo aumento, que deve ficar em torno de 10% novamente", disse Loureiro.

ESTOQUES MENORES 

Com o aumento das vendas em agosto, o estoque diminuiu. Segundo o Inda, no final de julho os estoques representavam 2,4 meses de venda e a perspectiva é que estejam ainda menores agora. Os próximos dados sairão mais perto do dia 15 de setembro. Loureiro disse que os números não estão fechados, mas tudo leva a crer que ficarão em torno de 2,1 ou 2,2 meses. Segundo o presidente do Inda, vários distribuidores disseram que não venderam mais por falta de produto.

"Há venda muito forte em máquinas, equipamentos, eletrodomésticos, construção civil, energia eólica e solar. Já sabemos que o consumo aparente em agosto e setembro será superior ao mesmo período do ano passado. Já estamos em níveis superiores à pandemia", comentou Loureiro.

Segundo informou recentemente a Abimaq, entidade que reúne as empresas do setor de máquinas e equipamentos, o consumo aparente cresceu 28,8% em julho ante junho. Na comparação com julho do ano passado, o consumo aparente da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 18,8%. No acumulado do ano até julho, o consumo aparente do setor cresceu 9,8%. Denomina-se consumo aparente de um bem o total da sua produção adicionada das importações e subtraída das exportações. A Abimaq informou ainda que a carteira de pedidos de máquinas e equipamentos vinha caindo ao longo dos últimos meses e, em julho, voltou a crescer na margem.

ALTO-FORNO

Segundo Loureiro, com o aumento da demanda, as usinas estão retomando a sua operação. No dia 26 de agosto, a Usiminas reativou o alto-forno 1 e a aciaria 1 (onde o ferro é convertido em aço) da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Diante da pandemia do novo coronavírus, as atividades haviam sido paralisadas em abril juntamente com o alto-forno 2, que ainda não tem data para voltar a funcionar. O presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABR), Marco Polo de Mello Lopes, disse que dos 13 fornos que foram desligados em abril, no auge da pandemia, quatro já voltaram a funcionar.

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