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Só 5 Estados terão força para sair da crise até 2021; ES não é um deles

Só 5 Estados terão força para sair da crise até 2021; ES não é um deles

Levantamento da Tendências Consultoria mostra que o Espírito Santo está entre as Unidades da Federação que mais sentem os impactos do coronavírus

Publicado em 23 de agosto de 2020 às 12:20

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Vista aérea do Porto de Vitória, onde está a fábrica da TechnipFMC
Vista aérea do Porto de Vitória, setor de exportações foi afetado pela crise. (Codesa/Divulgação)

Apenas cinco Estados brasileiros devem encerrar o ano de 2021 com Produto Interno Bruto (PIB) acima do nível pré-pandemia (2019). São eles: Mato Grosso do Sul, Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás - puxados, sobretudo, por commodities agrícolas e minerais. O restante precisará de um impulso maior para recuperar os estragos provocados pela Covid-19 na sua economia, segundo levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada.  Para o Espírito Santo, a empresa estima que o PIB do ES será ainda 6,3% menor do que o nível de 2019.

A pandemia pegou os Estados brasileiros num movimento de lenta recuperação, especialmente por causa da grave crise fiscal enfrentada pela maioria, com despesas de pessoal elevadas e arrecadação fiscal ainda baixa. No começo deste ano, a expectativa era de que, apesar do crescimento previsto para 2020, apenas metade deles retomaria o nível pré-crise de 2013 e 2014.

A situação, que já era ruim, ficou pior com a pandemia. A recuperação deve continuar em ritmo lento, já que 2020 está praticamente perdido. "A atividade econômica do ano que vem dependerá de uma série de condicionantes, como a própria evolução da pandemia e o reflexo de questões políticas na agenda econômica, com destaque para a questão fiscal", diz o economista da Tendências Lucas Assis.

Nesse cenário, os poucos que vão se sobressair têm motivos de sobra para comemorar. Mato Grosso do Sul deve ser o Estado mais resiliente no biênio 2020-2021 e deverá exceder em 2,7% o PIB de 2019. O desempenho será reflexo do avanço da produção agropecuária e da produção industrial. "Com localização privilegiada, próxima de São Paulo, a indústria de celulose do Estado deve ser favorecida pela expectativa de ampliação da demanda asiática por papel tissue, pela tendência estrutural de substituição do plástico por produtos de papel e pelo câmbio brasileiro desvalorizado", explica Assis.

Segundo ele, Mato Grosso e Goiás também serão beneficiados pela estrutura produtiva da região, pouco sensível à dinâmica nacional. O que deve puxar para baixo o resultado do Centro-Oeste é o desempenho do Distrito Federal, muito dependente dos serviços públicos. De acordo com o relatório, a capital federal (e adjacências) pode ser prejudicada pelo fato de a população local ser, notadamente, formada por migrantes de todas as regiões brasileiras. Com a transformação digital do trabalho, promovida pela pandemia, muitos puderam retornar aos seus Estados de origem.

No Pará, outro Estado que deve superar o PIB de 2019, o desempenho será influenciado sobretudo pela normalização da produção de alumínio e pela expansão da produção de minério de ferro no Sistema Norte da Vale, composto pelas minas de Carajás e S11D. O quinto Estado a recuperar as perdas deste ano será o Rio de Janeiro, com o avanço esperado da produção de petróleo e gás natural. A atividade será impulsionada pelo crescimento das operação das plataformas inauguradas na Bacia de Campos, em 2019, e pela previsão de entrada em operação da nova unidade P-70.

AUXÍLIO EMERGENCIAL

Segundo Assis, apesar da perspectiva de expansão da atividade econômica no ano que vem, o país continuará 4,2% abaixo do PIB registrado em 2019. Neste ano, a previsão da consultoria é de uma queda de 7,3% e, em 2021, um avanço de 3,4%. Mas esses números podem ter alguma alteração dependendo da prorrogação do auxílio emergencial e do valor a ser pago, diz ele.

Esse efeito poderá aliviar um pouco a situação crítica do Nordeste, por exemplo, cujo PIB continuará 5% abaixo do verificado em 2019. O economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa diz que tem sido claro que os locais com maior repasse tem tido consumo maior. E isso está ocorrendo no Nordeste.

Para Assis, no entanto, as condições do mercado de trabalho nordestino são bastante frágeis, com elevada informalidade, alta proporção de domicílios em extrema pobreza e grande participação de empresas de pequeno porte. "Além disso, a região é extremamente dependente das transferências federais, que podem diminuir com a arrecadação menor", afirmou o economista.

No Sudeste, apesar do bom desempenho do Rio de Janeiro, os demais Estados terão dificuldade para retomar o nível de 2019. Com alta participação de setores sensíveis à dinâmica econômica, São Paulo deve ser afetado pelos choques negativos na demanda e oferta em segmentos como o de veículos automotores.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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