Apenas com a foto da folha de um pé de café será possível pré-diagnosticar que tipo de problema atingiu a lavoura. Graças a um aplicativo instalado no celular, o produtor vai saber qual praga ou doença está afetando a planta e como lidar com ela.
O E-agricultor, como foi chamado o aplicativo (app), está sendo desenvolvido no Laboratório de Computação Inspirado na Natureza (Labcin) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e deve chegar gratuitamente às mãos dos produtores até o final do próximo ano.
Usando inteligência artificial, estamos criando um sistema de coleta de dados. Assim, conseguimos reunir diferentes informações sobre a planta com uma foto e mostrar ao produtor como agir, explica José Guilherme Mota Esgário um dos desenvolvedores do projeto.
Segundo Helder Knidel, co-orientador do projeto, o E-agricultor detecta o formato e o diâmetro das manchas, cruza os dados coletados com as fotos do sistema e, assim, consegue fazer um pré-diagnóstico da doença. Para isso, é preciso ter um longo catálogo de fotos. Apenas com a análise dessas imagens é que o aplicativo vai poder chegar a uma conclusão e apontar qual a melhor técnica a ser utilizada para combater a praga ou doença em questão, explica o professor.
De acordo com Helder, a expectativa é criar um banco de dados para esse aplicativo entre 100 mil e 1 milhão de imagens das diferentes fases das principais infestações que acometem as plantações de café no Espírito Santo.
Os dados sobre as doenças estão sendo obtidos com o auxílio do pesquisador José Aires Ventura, um dos maiores especialistas em café no Estado.
Tamanha a importância para a cultura do café que o aplicativo foi um dos 26 projetos vencedores do Latin America Research Awards (Lara), programa de bolsas de pesquisa em ciências da computação na América Latina. A tecnologia concorreu com cerca de 300 projetos inscritos no concurso promovido pela Google.
ACESSO
Para que o maior número de produtores tenham acesso à ferramenta, o aplicativo está sendo preparado com uma linguagem de fácil compreensão, sem muitos nomes técnicos ou científicos. Além disso, segundo Antonio Krohling, professor orientador do projeto, o app funcionará com ou sem internet.
Se o agricultor souber como agir efetivamente, será possível que ele não tome a decisão equivocada para o problema que está ocorrendo na lavoura e, com isso, vai conseguir eliminar a perda de produtividade e o uso incorreto de agrotóxicos, conta.
Outra possibilidade de utilização dos princípios do E-agricultor é para a detecção de câncer de pele. O Labcin já está trabalhando em um aplicativo que faça o diagnóstico auxiliado por computador (CAD).
Segundo os pesquisadores, será possível saber em poucos minutos se uma mancha na pele pode ser um tipo de câncer ou não, auxiliando médicos e pacientes.
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