O empresário Abilio Diniz, sócio do grupo francês Carrefour, chamou de tragédia o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, 40, em uma unidade da rede de hipermercados em Porto Alegre. O homem negro foi espancado até a morte.
Abilio se manifestou sobre o caso às 22h39 desta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra. Foram quatro postagens no Twitter.
Beto Freitas, como a vítima é conhecida, foi morto na véspera, quinta-feira (19), por dois seguranças da loja no bairro Passo d'Areia. A causa do óbito foi asfixia.
"O que aconteceu em Porto Alegre ontem [quinta] foi terrível e me deixou profundamente triste e indignado. Minha solidariedade e orações à família de João Alberto Silveira Freitas. Sua morte é uma tragédia e uma enorme brutalidade", escreveu o empresário.
Abilio detém quase 10% do grupo no país. O brasileiro se pronunciou após declaração do presidente global, Alexandre Bompard, também no Twitter, no início da noite desta sexta. Abilio entrou na empresa em 2014, por meio do fundo de investimentos Penînsula.
Na rede social, o brasileiro escreveu que "o racismo é execrável e inaceitável". Segundo ele, "devemos combatê-lo sempre, com toda a força".
"Dezenas de milhões de brasileiros enfrentam diariamente agressões e enormes dificuldades por conta do racismo, e nosso país não vai avançar de verdade sem que isso seja endereçado de forma efetiva", afirmou.
Abilio escreveu ainda que, "como acionista e conselheiro do Carrefour", pediu à empresa que "não meça esforços e trabalhe incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil".
"E mais, que o Carrefour se organize para ser um agente transformador na luta contra o racismo estrutural no Brasil e no mundo", finalizou.
Mais cedo, Bompard afirmou, no Twitter, que o assassinato tem de levar à revisão do treinamento de funcionários e de terceiros, "no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância".
O grupo Carrefour Brasil anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças, além de demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido.
Bompard disse que estas medidas são insuficientes. "Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência", tuitou. Na rede social, o executivo descreveu as imagens do assassinato como insuportáveis.
"Eu pedi para as equipes do grupo Carrefour Brasil total colaboração com a Justiça e autoridades para que esse os fatos deste ato horrível sejam trazidos à luz."
Em nota à reportagem, o Carrefour chamou o caso de brutal e disse que todo o resultado de lojas Carrefour no Brasil nesta sexta será revertido para projetos de combate ao racismo no país.
Segundo a empresa, neste sábado (21), todas as lojas do grupo no Brasil abrirão duas horas mais tarde para reforçar o cumprimento das normas de atuação exigidas pela empresa a seus funcionários e empresas terceirizadas de segurança.
"Reiteramos que, para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que ocorreu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais", afirmou o Carrefour.
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