RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - No primeiro da série de três leilões de petróleo que o governo realizará em 2019, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) arrecadou R$ 8,9 bilhões com a venda de 12 das 36 áreas oferecidas.
Foi o maior valor já arrecadado em leilões de petróleo sob o regime de concessão no país.
"Superou nossas expectativas", disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, ressaltou a diversidade de empresas vencedoras. "Foram dez operadores, o que dá a certeza de que não vão faltar recursos tanto financeiros quanto humanos", disse.
A Petrobras e a Exxon, uma das principais investidoras nos últimos leilões da ANP, tiveram presença tímida na disputa. A estatal fez oferta por apenas duas áreas, levando uma na Bacia de Campos. A Exxon fez uma oferta e arrematou uma área na mesma bacia.
Por outro lado, houve grande participação de empresas de médio porte: como a espanhola Repsol, a alemã Wintershall e a Petronas, da Malásia. O leilão marcou a estreia da Petronas como operadora de projetos de exploração de petróleo no país.
O leilão desta quinta ofereceu áreas fora do chamado polígono do pré-sal, região criada em 2010 para dar exclusividade à Petrobras na operação das maiores reservas brasileiras. Apesar disso, houve áreas com potencial de reservas no pré-sal em águas ultra profundas das bacias de Campos e Santos.
Nesse leilão, vencem as disputas as empresas ou consórcios que apresentarem os maiores bônus e os contratos são de concessão, sem participação do governo. Nos leilões do pré-sal, em que os consórcios tem participação da estatal PPSA, os bônus são fixos e a disputa se dá em torno do volume de petróleo destinado ao governo após o início da produção.
A Bacia de Campos teve as maiores disputas do leilão, sendo responsável por 96% do total arrecadado nesta quinta. O maior bônus, de R$ 4 bilhões, foi pago por um bloco em Campos por consórcio formado pela francesa Total, a Petronas e a QPI, do Catar.
Em Santos, dois blocos foram arrematados. Não houve ofertas para as três outras bacias oferecidas: Pernambuco-Paraíba, Jacuípe e Camamu-Almada - as duas últimas na Bahia.
O investimento mínimo oferecido pelas empresas chega a R$ 1,5 bilhão. Esse valor será gasto em pesquisa sísmica -espécie de radiografia do subsolo- e perfuração de poços. Em caso de descobertas, o investimento é bem superior.
Em novembro, a ANP realiza dois leilões do pré-sal. O primeiro deles, o megaleilão da cessão onerosa, pode arrecadar até R$ 106 bilhões, caso todas as áreas sejam vendidas. O segundo, tem potencial de arrecadação de R$ 7,8 bilhões.
A maior arrecadação em um leilão de petróleo no Brasil se deu pela área de Libra, no pré-sal, em 2013: R$ 15 bilhões. Em leilões de concessão, o recorde anterior foi atingido na décima quinta rodada de licitações, em 2018, com R$ 8 bilhões.
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