SÃO PAULO - Os usuários do Pix poderão, a partir desta quinta-feira (1º de abril), integrar as listas de contato de seus celulares à ferramenta. A nova funcionalidade, que prevê a verificação de chaves registradas, se aplica ao número de telefone celular e também ao endereço de e-mail do cliente.
O objetivo dessa novidade é facilitar a identificação de pessoas que tenham a chave Pix. "Esta funcionalidade possibilita que as instituições verifiquem se um telefone ou e-mail que está na agenda do celular do cliente são chaves Pix, com a intenção de facilitar e tornar mais segura a escolha do recebedor do Pix pelo pagador", diz Ivo Mósca, coordenador da Subcomissão de Pagamentos Instantâneos e porta voz do grupo de Segurança da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Além disso, essa funcionalidade tem a intenção de minimizar possíveis erros envolvendo dados para transferências. "Essa novidade evita erros de digitação e dá agilidade ao pagamento, já que é possível verificar se uma determinada chave Pix já está registrada", comenta Breno Lobo, chefe da subunidade responsável pela gestão do Pix no Banco Central.
O sistema é simples: o aplicativo da instituição que o usuário estiver logado coletará as informações de telefone ou email de sua lista de contatos, e enviará essa lista para o Banco Central. O retorno desta consulta revelará quais dos dados enviados são ou não uma chave Pix. A partir daí, a transação segue da mesma forma como é feita desde o início da operação do Pix, que entrou em vigor no fim de 2020.
A ferramenta estará disponível para o prestador de serviço de pagamento (instituições financeiras e de pagamento) que aderir a funcionalidade, e o cliente precisará fazer uma atualização no próprio aplicativo do banco para ter acesso. Após isso, a instituição financeira pode ou não criar um widget (um atalho que facilita o acesso à ferramenta no celular).
A funcionalidade é opcional e os usuários podem solicitar a exclusão de sua chave Pix, se assim desejarem. A interligação com a agenda irá ocorrer quando o cliente cadastrar a chave, e concordar com o termo de consentimento. Se o usuário não quiser que esse dado seja compartilhado, é melhor escolher outra chave, como, por exemplo, a aleatória (uma sequência de números geradas pelo sistema).
"A integração da agenda de contatos do celular do cliente ao Pix não é uma funcionalidade obrigatória do sistema de pagamento instantâneo. Sua oferta ao usuário é recomendada pelo Banco Central para proporcionar uma melhor experiência para os clientes, mas será uma decisão individual de cada instituição participante", ressalta Ivo Mósca.
A novidade também permitirá uma maior segurança ao usuário. "A lista de contatos é composta de pessoas conhecidas, então a opção se torna mais segura porque você reduz as chances de engano no pagamento", diz Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, o laboratório de cibersegurança da PSafe.
De qualquer forma, o especialista da PSafe pede atenção aos clientes que adotarem a ferramenta. "É possível que golpistas achem alguma forma de serem cadastrados na sua lista de contatos para explicar uma possível vulnerabilidade. Por isso, sempre indicamos que a pessoa confirme todos os dados de quem receberá o dinheiro, para evitar problemas", completa Emilio Simoni.
Outro ponto importante é que apenas o celular e o email entrarão nessa funcionalidade, as outras chaves e dados não serão mostrados.
"Nenhuma outra informação, como por exemplo, os dados de conta atrelados a essa chave, serão expostas nesta consulta. Haverá somente o retorno de quais números de celular ou email são chaves Pix", destaca Mósca.
Outra novidade que também entrará em funcionamento em abril é que usuários finais poderão solicitar alteração das informações, como nome completo, nome empresarial e título do estabelecimento, sem a necessidade de excluir e registrar novamente a chave. Isso vai facilitar, por exemplo, pessoas que alteraram o nome após o casamento ou empresas que alteraram o nome do estabelecimento.
Além disso, o regulamento agora impede que as instituições fixem limites do número de transações Pix, seja de envio ou de recebimento. Essa vedação, de acordo com o Banco Central, é necessária para garantir condições competitivas equânimes entre diferentes instrumentos de pagamento.
Nova opção
Nenhuma outra informação, como por exemplo, os dados de conta atrelados a essa chave, serão expostas nesta consulta, haverá somente o retorno de quais números de celular ou email são chave Pix. A integração de dados não traz risco, mas ela não substitui a necessidade de confirmação dos dados do usuário que cadastrou o telefone ou email como chave Pix, Sempre fique atento antes de finalizar uma transação: é preciso checar se aquela chave é de quem você realmente quer enviar um Pix, verificando atentamente todos os dados de quem receberá o dinheiro, como nome e CPF ou CNPJ. Ao cadastrar o celular ou email como chave Pix, o usuário terá que consentir a permissão para que outros usuários saibam da existência da chave registrada. Caso o cliente queira, ele pode solicitar a exclusão da informação à instituição. Um dos fatores que diminui os riscos é que a lista de contatos do usuário é composta por pessoas conhecidas.
os clientes poderão gerenciar os limites do Pix no próprio aplicativo da instituição financeira. Atualmente, o correntista pode personalizar apenas os limites para a TED e o cartão de débito, procedimento que indiretamente define os limites das operações via Pix.
A qualquer momento, o correntista pode pedir para mudar os limites atuais de movimentação. Se for para reduzir, a instituição financeira é obrigada a acatar o pedido instantaneamente. O aumento do limite fica a critério da instituição, após avaliação do perfil do cliente.
Em março, o Banco Central (BC) tinha igualado os limites máximos do Pix aos da transferência eletrônica direta (TED). Para compras, valia até agora o limite máximo do cartão de débito.
Apesar da personalização, haverá um teto de movimentação definido pela instituição financeira. Os valores levarão em conta o horário, o dia da semana, o canal usado e a titularidade da conta, com o objetivo de garantir a segurança do usuário.
Fontes: Ivo Mósca, coordenador da subcomissão de pagamentos instantâneos e porta voz do grupo de Segurança da Febraban (Federação Brasileira de Bancos); Breno Lobo, chefe da subunidade responsável pela gestão do Pix no Banco Central; e Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, laboratório de cibersegurança da PSafe.
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