O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta sexta-feira (18) que a grande esperança para a retomada da economia é a vacinação em massa da população contra a Covid-19.
Em análise que destoa de declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele disse que o retorno seguro dos brasileiros ao trabalho depende de um amplo programa de imunização da população.
"A grande esperança é a vacinação em massa para garantir o retorno seguro ao trabalho", disse em entrevista coletiva de balanço das atividades da pasta em 2020 e perspectivas para 2021.
O ministro comparou a situação do país a um pássaro, que só pode voar com duas asas funcionando plenamente, em referência à saúde e à economia.
"Você precisa bater a asa da recuperação econômica e, ao mesmo tempo, a asa da saúde, da vacinação em massa. Só é possível sustentar essa recuperação econômica [...] à medida em que nós tenhamos um retorno seguro ao trabalho. E esse retorno seguro ao trabalho exige a vacinação em massa", disse.
Já Bolsonaro tem dado declarações que colocam em dúvida a segurança das vacinas. Além de falar que a imunização não será obrigatória, ele disse a apoiadores que a pessoa vacinada terá de assinar um termo de responsabilidade para arcar com eventuais problemas relacionados à aplicação do imunizante.
Na entrevista desta sexta, Guedes ainda indicou que a ampliação do número de casos da doença pode ter sido causada pela redução do isolamento social e pelo retorno dos brasileiros às atividades, medidas que são defendidas por Bolsonaro.
"É um número assustador voltar a 1.000 mortes. Foi o nosso comportamento que botou a economia de volta e pode ser que o nosso comportamento também tenha causado esse repique. Temos que observar", disse o ministro.
De acordo com Guedes, o governo está analisando se o aumento recente dos casos de coronavírus é um repique ou uma segunda onda da pandemia.
O ministro afirmou que o "plano A" do governo considera que a atividade econômica está em processo de retomada e que o auxílio emergencial será encerrado em 31 de dezembro. Ele ponderou que, se essa realidade não se mantiver, "vamos ter que pensar como é que nós fazemos, mas sabemos o que fazer".
"Se houver um revigoramento da pandemia e uma segunda onda claramente indicada do ponto de vista da saúde, evidentemente, temos que ter uma ação tão fulminante e decisiva como tivemos da outra vez", disse.
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