Grandes varejistas e empresas de eletroeletrônicos foram ao Ministério da Economia e ao Banco Central reclamar da alta nas taxas de juros e da escassez de crédito nos grandes bancos após o agravamento dos danos econômicos causados pelo coronavírus no país.
A Folha de S. Paulo mostrou na semana passada relatos de empresas com dificuldades de acesso a empréstimos, que estavam mais caros.
Mesmo clientes de menor porte que tentavam postergar duas prestações, como anunciado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), relataram dificuldades. A Febraban nega.
Desde o início do surto da covid-19, o BC liberou R$ 1,2 trilhão para o sistema financeiro, mas o dinheiro não chega a empresas e consumidores, reclamam as entidades. Embora evite comentar o assunto oficialmente, o Ministério da Economia reconhece haver uma rápida deterioração das condições de crédito.
Há preocupação, inclusive, em relação ao menor acesso a empréstimos ao longo das últimas semanas.
Em carta enviada ao BC e à Economia, associações do varejo reclamaram de aumento de até 70% nos juros. A piora nas condições é vista nas principais linhas de crédito.
"Entendemos que, num momento de crise, as medidas adotadas pelo BC devam caminhar juntas com as instituições financeiras", afirmam entidades de varejo em carta enviada a autarquia.
A iniciativa foi liderada pela Abrasce (shopping centers), mas foi endossada por IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e ABF (Associação Brasileira de Franshising).
"É preciso que o recurso disponibilizado ao pequeno empresário chegue sem burocracia e papelada. Nosso recado é para governo federal, não para o sistema financeiro", diz Glauco Humai, presidente da Abrasce, associação que representa 577 shoppings centers.
Varejistas reclamam também no aumento de pedidos de garantias e endossaram a proposta de que maquininhas de cartões sejam usadas para concessão de crédito.
Outro setor que foi reclamar com o governo foi o de fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos (a Eletros).
A entidade afirma que o sistema bancário não tem proporcionado liquidez, o que tem inviabilizado suporte ao capital de giro das empresas. Procurado, o Ministério da Economia afirmou que o BC deve responder sobre o tema. Já o BC disse que está analisando todos os pleitos que tem recebido.
A Febraban não se posicionou até a conclusão desta reportagem.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta