O varejo do mercado editorial brasileiro manteve o crescimento de 2017 no primeiro semestre de 2018. O acumulado deste ano mostra um crescimento de 5,2% em volume e quase 10% em faturamento em comparação ao mesmo período de 2017. Os números são do Painel das Vendas de Livros no Brasil, do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e da Nielsen BookScan, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados no País.
Os números positivos chegam no momento mais agudo da recente crise do setor com as livrarias, especialmente Saraiva e Cultura, que têm enfrentado problemas com pagamentos para as editoras.
Segundo o gestor de Bookscan da Nielsen Brasil, Ismael Borges, uma questão é a crise macroeconômica, outra é a crise interna do setor livreiro. A crise interna não faz com que as vendas caiam, as quedas são frutos do ambiente macroeconômico, explica, se referindo especialmente à greve dos caminhoneiros em maio, e à Copa do Mundo, em junho.
Editoras e distribuidoras podem cortar o fornecimento de livros para algumas livrarias, mas esse livro pode ser vendido por outra loja ou outro canal. O consumidor sempre terá oferta diante de si, afirma ainda Borges. O que acontece é um desalinhamento, e isso atrapalha o jogo como um todo.
De acordo com o Snel, o resultado positivo é explicado pelo bom desempenho identificado nos cincos primeiros períodos da pesquisa deste ano, que apontavam para um crescimento no faturamento na casa dos dois dígitos. A sequência positiva foi interrompida pela crise nos transportes, que afetou a performance das vendas no 6.º período, e pela Copa do Mundo e férias escolares, que influenciaram o resultado do 7.º período, o mais recente da pesquisa.
Esse período (18/6 a 15/7/2018) teve o pior desempenho do ano do setor, com queda de -9,2% nas vendas em volume e de -3,1% em faturamento, comparado ao mesmo intervalo no ano passado.
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Marcos da Veiga Pereira, a crise das principais redes de livrarias no Brasil tem feito o mercado se adequar, com a diminuição do número de lançamentos. Precisamos continuar a trabalhar na valorização do livro para reverter esse quadro a médio prazo, afirma, em nota.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta