O ministro da Economia, Paulo Guedes, subiu o tom ao ser questionado sobre a política ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro. Entendemos a preocupação de vocês (norte-americanos), porque vocês desmataram suas florestas. Vocês querem nos poupar de desmatar a floresta, como vocês desmataram as suas. Sabemos que vocês tiveram guerras civis, também tiveram escravidão e só pedimos para vocês sejam amáveis como somos amáveis. Vocês mataram seus índios, não miscigenaram, afirmou, no evento Aspen Security Forum, organizado pelo Aspen Institute, um centro de estudos de Washington.
Guedes, que chegou a ser cortado em sua resposta final, também lançou o argumento da soberania nacional para dizer que a Amazônia é um assunto que diz respeito ao Brasil. Os militares estão dizendo, obrigado pela preocupação, mas essa é nossa terra. Não precisamos desmatar a Amazônia para produzir produtos agrícolas, acrescentou.
O Brasil vem sendo pressionado por investidores internacionais e grandes empresas a tocar uma agenda ambiental e enfrentar o desmatamento, uma demanda que também vem de uma sociedade cada vez mais consciente.
Em outro evento, mais cedo, Guedes reclamou críticas de países europeus à política ambiental de Bolsonaro.
França, Holanda e Bélgica usam desculpa ambiental para impedir Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É como acusarmos a França de queimar catedrais góticas, foi um acidente, afirmou, em referência ao incêndio da Catedral de Notre-Dame, em Paris, no ano passado.
Guedes também disse que o Brasil quer se integrar nas cadeias globais e avaliou que os Estados Unidos são um parceiro natural. Ainda assim, o ministro criticou ainda a política econômica americana nas últimas décadas.
Os EUA e a China têm dançado juntos nos últimos 30 anos. Os chineses pobres têm financiado o consumo exagerado nos EUA todo esse tempo. Nem um brasileiro bêbado ousaria alavancar o sistema bancário 36 vezes como os EUA, afirmou.
Contrariado por perguntas sobre a política brasileira, Guedes respondeu que o Brasil tem uma democracia vibrante e respeita o Estado de direito. Nós gostamos da democracia, ao contrário do que os perdedores da última eleição têm dito pelo mundo, completou.
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