O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou nesta quinta-feira (25) que o aplicativo de mensagens vai trabalhar com seus parceiros e com as autoridades brasileiras para restaurar seu serviço de pagamentos digitais no Brasil rapidamente. O executivo é responsável por coordenar todas as estratégias de produtos do aplicativo no mundo.
Na terça-feira (23), o Banco Central e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) suspenderam o acordo entre WhatsApp, Cielo e instituições financeiras que permitia pagamentos e transferências de recursos diretamente entre usuários do aplicativo.
Em comunicado, a autoridade ordenou que as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard, usuárias do sistema, suspendessem a operação de pagamentos dentro do novo modelo.
No mesmo dia, o BC também mudou o prazo que concede a empresas de pagamentos para se adaptarem às regras do mercado. Antes, a autoridade dava 180 dias para adaptação quando entendia que era necessária a regulação de novos participantes ou de novos serviços. O prazo, agora, é de 30 dias - podendo ser uma suspensão imediata caso o BC considere necessária uma autorização prévia.
Na prática, essa mudança travou a operação de pagamentos pelo WhatsApp.
Na quarta-feira (24), lideranças do aplicativo de mensagens e técnicos do BC se reuniram na sede da autoridade monetária, em Brasília, segundo o executivo do WhatsApp.
"Nos reunimos com as autoridades do BC e estamos animados em permitir que os brasileiros enviem pagamentos seguros e sem dinheiro físico no Whatsapp o mais breve possível", afirmou Cathcart, em nota.
Ainda segundo o executivo, o BC expressou, nesta reunião, a intenção de encontrar um caminho com a Visa e a Mastercard (bandeiras parcerias do novo modelo do Whatsapp) para que o serviço prossiga, além de envolver outras autoridades para resolver quaisquer dúvidas pendentes.
"O WhatsApp afirmou seu apoio a um modelo pró-competitivo e aberto para pagamentos e também seu compromisso em fornecer pagamentos via PIX tão logo o sistema esteja disponível. O Banco Central ressaltou que respalda plataformas como o WhatsApp que estão inovando em pagamentos digitais e criando novas maneiras de apoiar pessoas e pequenas empresas em todo o Brasil", disse Cathcart, em nota.
Sobre a mudança do prazo, o Banco Central afirmou, em nota, entender que seria necessário "reduzir o prazo padrão", inclusive tendo discricionariedade sobre ele, posto que a razão para ter esses arranjos é o "risco ao normal funcionamento das transações", sendo certo que o prazo não guardava proporcionalidade com a motivação".
Em relação à reunião realizada na quarta-feira (24), a assessoria de imprensa do BC afirmou desconhecer mais detalhes.
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