Ao menos pelos próximos 35 anos, a Quadra Capital vai estar à frente da gestão da Codesa. É nesta segunda-feira (5) que o casamento será sacramentado, com a cerimônia de assinatura do contrato de compra e venda, às 10h, na sede do Porto de Vitória. O modelo de concessão é uma porta aberta para o crescimento econômico e oportunidades de negócios. Os novos donos desembarcam na empresa para inaugurar uma nova era de profissionalismo e sepultar o passado marcado por apadrinhamentos políticos e ineficiência.
O início da jornada está cercado de boas expectativas do mercado. Há um oceano de possibilidades de negócios a ser explorado. Atualmente, apenas metade dos 2 milhões de m² em áreas disponíveis para operação portuária em Vitória, Vila Velha e Aracruz (Barra do Riacho) está efetivamente ocupada. A Codesa foi arrematada em março passado por R$ 106 milhões e, desde então, viu acender o interesse de empresários nessas áreas ociosas, sobretudo os espaços localizados em Vila Velha.
Não é mera coincidência: depois de três anos de preparação para a venda, com governança e uma mudança radical na cultura corporativa, o martelo batido foi o indicativo de que, em breve, a burocracia estatal estaria dando lugar ao dinamismo da gestão privada. O arrendamento das áreas portuárias, que antes dependiam de licitação, passará a ter nova modelagem. Sem demora, com negociações rápidas. O que afastava as empresas desses negócios ficou para trás com a estatal.
A administração privada da Codesa também está interessada em aumentar a competitividade do Porto de Vitória. Em julho, o colunista Abdo Filho mostrou que aumentar a profundidade para receber embarcações maiores é uma prioridade da Quadra Capital. A obra de dragagem, que se estendeu por mais de 20 anos, foi finalizada em 2017.
O interesse agora é que, com os 12,5 metros de calado atingidos pelo serviço possam chegar a 13 metros, a depender de autorização da Marinha. Os ventos são promissores: o compromisso contratual é investir mais R$ 850 milhões na ampliação e na modernização dos portos de Vitória e Barra do Riacho.
A nova Codesa chega com o potencial de ser uma vitrine das concessões privadas no Espírito Santo. É importante que contribua para o crescimento do Estado, com vocação inata para o comércio exterior, mas que ainda carece de produtividade.
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