Luz elétrica vai enfim levar dignidade a famílias de Pedro Canário

Ainda há muita gente privada de direitos essenciais, em muitos casos por razões banais. Pessoas que se encontram na escuridão e simplesmente não são vistas por quem deveria defendê-las

Publicado em 13/05/2024 às 01h00
Luz de vela
Comunidade em Pedro Canário, ES, vive sem energia elétrica. Crédito: Fernando Madeira

É impressionante, mas em pleno século 21, quando governos e sociedade se empenham em busca de fontes de energia mais limpas, uma comunidade ainda precise enfrentar tanta burocracia para conseguir luz elétrica. A situação de desamparo, com todas as dificuldades que a cercam, foi relatada por Vilmara Fernandes e Fernando Madeira em uma reportagem especial publicada em janeiro do ano passado.

Na semana passada, enfim, uma boa notícia:  uma decisão judicial determinou que a concessionária EDP promova a instalação de energia elétrica em uma das 11 residências das famílias que vivem na escuridão, na comunidade de Carapina, em Pedro Canário, extremo Norte do Espírito Santo. Como os processos das demais famílias estão com o mesmo relator no Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública espera que a decisão seja a mesma para todas.

O drama vivido por essas famílias foi registrado no vídeo abaixo:

O que mais impressiona é que não é a falta de infraestrutura que impede ou, espera-se que em breve, impedia a chegada de luz elétrica a essas casas, mas sim os aspectos burocráticos relacionado às escrituras delas. Tanto é que o pouco da energia disponível vinha de empréstimos de vizinhos conectados à rede elétrica.

É nessas horas que o poder público falha, ao não ter agilidade para reduzir essas cobranças que só perpetuam o atraso. E também peca ao não fazer uma mediação mais eficiente com a concessionária, em prol da população.

O que se tira dessa história, que com a decisão da Justiça em breve ficará no passado, é que ainda há muita gente privada de direitos essenciais, em muitos casos por razões banais. Pessoas que se encontram na escuridão e simplesmente não são vistas por quem deveria defendê-las.

Com luz elétrica, mais do que conectar essas pessoas com a modernidade, com mais conforto para as tarefas do dia a dia, é a própria dignidade humana que é tirada da escuridão.

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