Profissional referência na área de comunicação, o apresentador Serginho Groisman desembarca mais uma vez em Vitória para comandar um bate-papo sobre carreira com estudantes e profissionais.
Mediador do EducarES 2023, evento promovido pela Rede Gazeta nesta quinta-feira (28), ele usa toda a sua expertise na atuação com jovens para comandar o debate sobre educação e profissões.
Neste ano, o encontro coloca em pauta um assunto bastante em evidência — a inteligência artificial e seus impactos.
Nesta entrevista, Serginho pontua suas percepções. Para ele, a nova tecnologia estará presente em todas as profissões, mas não para substituí-las. É, na verdade, um instrumento que pode auxiliar nas tarefas diárias, tanto de estudantes quanto de profissionais. Confira!
Com tantas transformações impostas pelos avanços tecnológicos, o que torna alguém um bom profissional? Quais são as habilidades desejáveis?
Os avanços tecnológicos não impedem que um ponto seja indiscutível: vocação. Aliado a isso, tem que ter prazer no trabalho e paciência. Esses elementos continuam presentes independentemente dos avanços tecnológicos.
Muitos jovens passam por um processo de incertezas na hora de escolher qual caminho profissional seguir. como eles podem descobrir a vocação?
É muito difícil estabelecer a vocação muito cedo na vida. Às vezes, temos certeza do que queremos fazer e das habilidades necessárias. Mas o importante é entender que podemos estar enganados e tomar outros caminhos na vida profissional. Por isso, não tenha receio em mudar sua perspectiva profissional.
A inteligência artificial é um recurso que, gradativamente, tem ocupado espaços e muito se fala que chegará a substituir profissões. A tecnologia é importante, mas em que medida as pessoas devem se preparar para continuarem relevantes no mercado?
A inteligência artificial é um instrumento. Ou seja, é meio, e não um fim. Mas precisamos ficar atentos para essas novas tecnologias. Em todas as profissões elas estarão presentes. Saber sobre elas é atualizar nosso conhecimento.
Que aspectos as instituições de ensino precisam investir para que a formação de seus alunos acompanhe as constantes mudanças e, depois, os jovens estejam aptos para atuar profissionalmente?
É preciso que o Estado brasileiro esteja ainda mais atento às questões do ensino público. Investir no professor para que entenda o aluno de hoje é fundamental, assim como dar aos professores melhores condições de trabalho. Investir nos prédios para que tenham melhores condições para o aluno. Quando o aluno se sente pertencente à escola, ele respeita mais a instituição e estuda com mais alegria.
Observamos hoje uma geração hiperconectada, mas, ao mesmo tempo, nem sempre informada adequadamente. Quais as implicações desse cenário para a formação desses indivíduos?
Temos hoje um jovem mais atento às questões ambientais. Ao mesmo tempo, vemos uma discussão política mais presente. Mas isso não significa uma politização maior. A discussão sobre temas atuais na escola é fundamental. Isso é importante para o desenvolvimento crítico do aluno.
Numa época em que muito é consumido em vídeos de até 60 segundos, o que esperar desse futuro profissional? Quais os caminhos sugeridos?
Com o consumo rápido de imagens e áudios curtos, corremos o risco de termos impaciência em relação a textos importantes. A escola é um lugar onde isso pode ser revertido. O consumo rápido é uma realidade. A escola pode mostrar que é possível também lermos textos que nos levam a outras realidades prazerosas com textos longos.
Os formatos de trabalho mudaram, com a popularização do home office e do trabalho híbrido, trazendo uma flexibilidade para as entregas, mas transformando o lar em trabalho. O que o profissional precisa fazer para ter mais ganhos do que perdas?
Ficar em casa para trabalhar ou estudar tem vantagens e desvantagens. A vantagem é o pouco deslocamento. A desvantagem é a pouca socialização e a pouca relação com ambiente escolar e de trabalho. Buscar um equilíbrio é o ideal para o nosso desenvolvimento.
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