Se de um lado especialistas vislumbram “profissões do futuro”, algumas ainda nem consolidadas, de outro o mercado reforça a importância de atividades que permanecem relevantes e sustentam o desenvolvimento.
Com economia pujante, diversificada e voltada à exportação, o Espírito Santo reúne condições para usufruir do crescimento promovido também pelas atividades mais tradicionais, a partir de uma formação profissional especializada.
No Estado, o Produto Interno Bruto (PIB) — a soma das riquezas produzidas em solo capixaba — é construído pela agropecuária, indústria e serviços.
O economista Sebastião Demuner destaca que os municípios atuam na produção de café, hortifrutigranjeiro, mamão e feijão. A indústria é voltada a algumas áreas como a têxtil, celulose e siderurgia. Além disso, as cidades abrigam grandes exportadores de aço e rochas ornamentais. O Estado é o segundo maior produtor do Brasil de petróleo e gás.
“Temos pequenos empresários que prestam serviços que no montante acabam somando muito para a economia. Além do serviço e da indústria, temos várias startups. Nosso Estado está muito promissor. Essa chegada da tecnologia com apoio da Findes e do Sebrae é uma área da economia que gera muito emprego e muita renda para os municípios”, analisa Demuner.
Na avaliação da consultora de gestão e pessoas Andrea Salsa o Espírito Santo tem vocação para se conectar com outros aspectos de regionalidade do Brasil e ao mercado externo. Como potencial do Espírito Santo, ela aponta o turismo, as pedras ornamentais e a força da produção do café, marca do Estado já conhecida nos cenários nacional e internacional.
Considerando o momento econômico e geopolítico no mundo, os especialistas relembram o Atlas Eólico Onshore (em terra) e Offshore (no mar) divulgado neste ano. O documento mostra os municípios do Estado que podem aproveitar o vento para ter mais dinheiro e, assim, aumentar a oferta de empregos por meio da energia eólica.
Tendo em vista essa potencialidade que desponta no Espírito Santo, a gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, Carla Chiamareli, aponta para uma janela de oportunidades voltadas para a economia verde, que contribui para o bem-estar da sociedade, em todas as regiões com essas características.
“Caminhamos para atividades que colaboram com a diminuição de gases, reflorestamento, novas formas de uso da agricultura e a indústria agindo dentro da economia verde. Haverá atenção à exploração de energias renováveis como a solar, eólica, hidráulica e a biomassa” comenta Carla, reforçando a ideia de que o Espírito Santo tem perfil para ser referência na área de energia.
A diversidade da economia capixaba subsidia a atuação das instituições que atuam na formação de mão de obra qualificada.
A UCL, por exemplo, desde que foi inaugurada há mais de 20 anos, define a oferta de cursos conforme a demanda.
“Foi assim quando iniciamos com as engenharias, depois ampliamos a oferta para a área de gestão e negócios e, hoje, temos também uns dos melhores cursos de tecnologia da informação do Estado. Hoje, o mercado apresenta uma forte tendência relacionada às microcertificações dentro dos cursos de graduação. Vamos ofertá-las ano que vem”, afirma o diretor-executivo da instituição, Paulo Vitor Bruno Onezorge.
Outra prática que conecta a UCL ao mercado é o movimento de levar as empresas para dentro da faculdade por meio de eventos. “Há dois anos, inauguramos — e agora estamos ampliando — o nosso hub de inovação, chamado de Planer InovaCenter, onde estudantes e empresas podem interagir e desenvolver seus negócios. É o encontro entre as ideias e quem pode colocá-las em prática”, explica Paulo Vitor.
Em atividade há mais de duas décadas, a Fucape Business School estuda e acompanha as tendências do mercado. O diretor acadêmico da instituição, professor Emerson Mainardes, explica que o cenário é mutável e por isso, conforme as mudanças vão acontecendo, a empresa avança nas formações para acompanhar as demandas e o ecossistema corporativo.
“Passamos por um período de pandemia cujo resultado foi uma mudança na forma do mercado se comportar. Isso exigiu que as formações em geral tivessem que ser atualizadas sob esse novo olhar. Temos um grande laboratório, o hub de inovação, que nos permite observar as práticas e a realidade dos negócios atuais para nos adequarmos”, pontua Emerson.
Já no Instituto Humboldt são ministrados cursos técnicos na área da saúde, com profissões notadamente conhecidas, mas que, assim como o mercado exige, sofrem constantes transformações. Uma pauta crescente está relacionada ao comportamento social adotado durante a pandemia e as consequências disso, como o adoecimento mental.
Neste contexto, é esperado aumento na procura por profissionais capazes de prestar esse tipo de suporte.
Conforme garante o diretor da instituição, João Vitor Bortolon Seidel, dentro do escopo de trabalho ao qual pertence, os técnicos de enfermagem formados no Humboldt recebem capacitação adequada para oferecer apoio aos demais profissionais que lidam com a temática.
Importante ressaltar também que, diante do aumento da expectativa de vida, tanto o setor público quanto o privado vão precisar dispor de mais profissionais da área para garantir os cuidados com a saúde da população.
“A população do Brasil está envelhecendo e essa realidade demanda maiores cuidados com a saúde. No caso dos técnicos de farmácia, o mercado de trabalho precisa do profissional para atuar orientando o paciente na dispensa do medicamento. Em nossas turmas, as pessoas saem empregadas antes do término do curso”, valoriza.
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