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O que esperar da geração Z no mercado de trabalho?

O que esperar da geração Z no mercado de trabalho?

Esses jovens profissionais estão redefinindo as expectativas de carreira e valorizando a flexibilidade, a diversidade e o propósito nas organizações

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 16:07

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Geração Z demonstra maior habilidade para trabalhar em equipes e lidar com pessoas
Geração Z demonstra maior habilidade para trabalhar em equipes e lidar com pessoas . (Freepik)

Nascidos na era digital e imersos em uma constante troca de informações, os jovens profissionais da geração Z, a GenZ, estão redefinindo as expectativas de carreira e valorizando a flexibilidade, a diversidade e o propósito nas organizações, que chegam a ter profissionais de até cinco gerações – com características diferentes – trabalhando juntos. Mas o que esperar da geração Z no mercado?

Para a doutora em Psicologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Priscilla de Oliveira Martins da Silva, os mais jovens podem contribuir com as organizações de diversas formas. Embora não tenham experiências, observa, eles podem desenvolver determinados comportamentos esperados hoje pelo mercado de trabalho.

“É esperada (dos jovens) a autonomia, no sentido de ter capacidade para decidir e solucionar problemas. Nesse caso, a iniciativa, a proatividade e a curiosidade são bem-vindas.”

Outro aspecto pontuado pela professora é a vontade permanente de aprender da GenZ. “Os jovens, muitas vezes, têm pouca experiência. Dessa forma, o interesse pelo aprendizado e a curiosidade são comportamentos relevantes. Facilidade para se adaptar a mudanças e resiliência para superar problemas e adversidades são também características consideradas importantes no mercado de trabalho”, acrescenta.

Além disso, essa geração demonstra maior habilidade para trabalhar em equipes e lidar com pessoas. Neste sentido, Priscilla diz que a capacidade de ter empatia e de compreender de forma adequada as demandas e necessidades das pessoas tem sido também um aspecto muito relevante.

A professora aponta ainda que a literatura, de forma geral, tem mencionado que os jovens dessa geração vêm dando prioridade ao equilíbrio entre vida e trabalho. Mas ela frisa, no entanto, que é preciso ter cuidado com essa afirmação, pois não é possível aplicar essa sentença a todos.

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As questões econômicas, sociais e culturais interferem e, dessa forma, não é possível fazer uma generalização. Entretanto, podemos verificar uma maior liberdade dos jovens para dar voz às suas necessidades e interesses. O foco na qualidade de vida tem sido uma preocupação das pessoas em geral.

Priscilla de Oliveira Martins da Silva
Doutora em Psicologia e professora da Ufes
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Um ponto de equilíbrio

Dessa forma, as organizações devem considerar a qualidade do contexto das atividades e favorecer o equilíbrio entre vida e trabalho.

E as empresas já têm desenvolvido ações nesse sentido de entender as características desta nova geração, tanto para atrair e reter esses profissionais quanto para nutrir uma boa convivência nas variadas faixas etárias presentes no ambiente de trabalho.

Na avaliação de Fernanda Peroba, gerente de Pessoas e Processos da Viação Águia Branca, as características dos jovens da geração Z têm impulsionado as empresas a serem mais inovadoras e se conectarem de forma mais ágil com os consumidores.

Uma das mudanças ocorridas nos últimos anos com a chegada dos mais jovens foi a implantação de atendimentos voltados à saúde mental, programas de inclusão e diversidade e ações que dialogam com o propósito e favorecem o engajamento das equipes nas ações.

Fernanda Peroba, gerente de Pessoas e Processos da Viação Águia Branca
Fernanda Peroba, gerente de Pessoas e Processos da Viação Águia Branca. (Divulgação)
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Os profissionais da geração Z são mais tecnológicos e muitos priorizam a flexibilidade e o home office. Por isso, tivemos que nos adequar para continuar atraindo esses profissionais.

Fernanda Peroba
Gerente de Pessoas e Processos da Viação Águia Branca
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Em relação a esse perfil, ela considera que os mais jovens têm um desafio a superar: investir na parte relacional. “Esse contato tão remoto e digital acaba impactando o nível de sensibilidade das relações. Essa geração precisa aprender a socializar fisicamente”, orienta.

Representante da GenZ, Thais Barbosa, de 22 anos, tem na sua rotina profissional o cuidado de lidar com as diferentes gerações no mercado de trabalho. Ela está se formando em Psicologia e foi efetivada como assistente de RH na Viação Águia Branca após três meses de estágio.

Thais Barbosa, 22 anos, universitária e assistente de RH na Viação Águia Branca
Thais Barbosa, 22 anos, universitária e assistente de RH na Viação Águia Branca: "Geração Z não está preocupada com a nomenclatura do cargo". (divulgação)

A jovem, que trabalha com atração e seleção de candidatos, afirma ter a preocupação de entender e respeitar as diferenças existentes entre as gerações.

“O que observo na geração Z é que ela não está preocupada com a nomenclatura do cargo. Está interessada no que é oferecido além da remuneração e procura uma empresa alinhada ao propósito de vida dela.”

Ao analisar a geração na qual está inserida, ela destaca a presença de características positivas como a autoconfiança.

“Somos autoconfiantes e sabemos que damos resultado. Acredito que a gente tem flexibilidade maior para lidar com outras gerações. Temos preocupação em entender as diferenças e respeitá-las, e ainda somos mais compreensivos com os perfis diferentes.”

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