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Os desafios do novo ensino médio para as escolas do ES

Os desafios do novo ensino médio para as escolas do ES

A reestruturação do modelo de oferta exige formação continuada de professores da última etapa da educação básica do país

Publicado em 8 de novembro de 2022 às 12:00

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Educação; professor; aluno; sala de aula
Os professores precisam se capacitar para implementar as novas metodologias. (Anna Zielinska/Freepik)

O ano de 2022 marca o início oficial da implantação do novo ensino médio nas escolas, uma reestruturação no modelo de oferta da última etapa da educação básica do país. Para especialistas, uma mudança necessária para tornar o ensino mais atrativo e garantir mais oportunidades aos jovens. Mas ainda há desafios a serem enfrentados.

Na opinião de Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, 2022 revelou-se como um ano de aprendizagem coletiva sobre as possibilidades da nova arquitetura de ensino. “A implantação está na direção certa. Os Estados estão conseguindo fazer os primeiros passos de forma organizada, mas com vários desafios e necessidades de adaptação de uma história colocada há decadas”, pontua.

A consultora educacional Juliana Santos vê 2022 como “uma fase de adequação e ajustes do que será mais importante para os alunos”. Instituições de ensino como o Colégio Marista, o Salesiano — Jardim Camburi e Nossa Senhora da Glória — e Americano destacaram que este foi um ano de bastante estudos e debate para a implementação efetiva do novo ensino médio, que contou com o envolvimento dos educadores e também dos alunos.

Formação continuada

Juliana Santos destaca a importância de manter os professores capacitados para a nova metodologia. “É preciso aprimorar a formação continuada de gestores e professores para essa disrupção na educação que requer muitos saberes e novas formas de condução da escola”, afirma a consultora educacional.

Ricardo Henriques também coloca a necessidade de uma onda formativa do corpo docente como necessária e acrescenta um ponto de preocupação: os parâmetros de avaliação externos, como o Enem.

“O novo ensino médio começou sua jornada sem saber como vai ser o próprio sistema de avaliação. O Ministério da Educação não apresentou uma referência estruturada sobre isso”, observa.

Preparativos

No Marista, 2023 será de aprimoramento. O coordenador pedagógico Helton Sena destaca que a prática deste ano ajudou a ressignificar e a refletir criticamente sobre a organização dos horários e do cronograma das aulas, das avaliações, do aproveitamento do tempo de estudo na escola e das dinâmicas metodológicas praticadas em sala de aula.

“Acredito que, no próximo ano, ao se aproximar desse mesmo período, teremos outra visão, novos desafios, novas conquistas”, projeta.

Já no Americano, o colégio se prepara para valorizar mais o aluno como autor de sua história e protagonista de seu aprendizado. Segundo a coordenadora pedagógica Krys Keyser Dantas Pereira, todos os alunos, no próximo ano, poderão experimentar todos os aprofundamentos antes de realizarem a escolha profissional.

No ano que vem, o Salesiano Jardim Camburi vai investir na formação dos professores, na criação de novas eletivas e no aprimoramento dos laboratórios. “Isso vai proporcionar maior alinhamento com os processos seletivos que os nossos alunos enfrentarão em 2024, dando foco nas prováveis mudanças do Enem”, diz a supervisora Fabíola Marques.

No Salesiano Nossa Senhora da Vitória, com o aprofundamento das unidades curriculares, a instituição vai intensificar o intercâmbio com o Centro Universitário Salesiano (UniSales) para desenvolver projetos com aulas nos espaços universitários, além de aumentar a frequência de aulas de campo para os alunos do ensino médio.

Protagonismo

Mesmo sendo apenas o começo do novo modelo, os estudantes se mostram entusiasmados. Aluno da 1ª série do ensino médio do Salesiano Nossa Senhora da Vitória, Caio Corrêa Ribeiro relata que a experiência de ser protagonista no processo de aprendizagem está sendo “excelente”. Ele cita a possibilidade de fazer escolhas e de colocar o que aprendeu em prática, com a ajuda dos itinerários formativos.

Lana Peterle de Andrade, aluna do Americano, acrescenta que o novo formato deixou o aluno mais participativo e interessado nas aulas. “Os alunos assumiram seu papel de protagonismo e tiveram a possibilidade de escolher as matérias de preferência para realizar o aprofundamento.”

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