Separar a vida pessoal da vida profissional pode estar cada vez mais difícil para aqueles que usam as redes sociais. Com a quantidade de plataformas oferecidas para a comunicação, algumas pessoas fazem questão de estar presente em todas, acreditando que isso possa ser um diferencial na busca por um emprego. Por outro lado, há indivíduos avessos ao digital, que julgam desnecessária a criação de um perfil na internet, imaginando que o mercado de trabalho não será influenciado pelo que ocorre nas telas. Mas o uso das redes sociais pode representar um perigo ao seu emprego? É interessante buscar um equilíbrio, evitando exageros, mas dando um jeito de "mostrar a cara"?
Em entrevista ao jornalista Mário Bonella, durante o CBN Cotidiano, da Rádio CBN Vitória, a comentarista Andréa Salsa afirmou que o trabalhador precisa entender o próprio posicionamento antes de se arriscar na rede social. A exposição requer uma análise. É preciso pensar, por exemplo, em qual é a minha função naquele ambiente digital.
Andréa Salsa, que é consultora de pessoas e gestão, mentora de líderes e professora da Fundação Getúlio Vargas, explica que a rede social é uma realidade e que ela influencia no mercado de trabalho.
A professora cita exemplos de grandes empresários que, mesmo sem um ganho expressivo por meio da rede social, migraram para o ambiente. O objetivo, segundo a comentarista, é atrair o interesse dos usuários não apenas no produto vendido, mas o que há por trás daquela pessoa.
Por isso, Andréa Salsa dá algumas dicas para os interessados em uma primeira aventura na rede social. Mas os alertas, como o perigo dos comentários preconceituosos, também valem para aqueles mais experientes.
Andréa Salsa afirma que ficar fora da rede social é uma opção. Mas alerta que as pessoas consomem muito por meio do digital, o que pode prejudicar o desempenho no trabalho. "Precisamos olhar um fenômeno que está acontecendo na sociedade. As pessoas querem entender o que há por trás de outras pessoas, o que vai além do consumo de produtos", diz.
A comentarista explicou que ficar distante do ambiente virtual pode cobrar um preço. Porém, se a resistência é tamanha, a dica pode ser entrar apenas em uma rede social. "O LinkedIn é o ideal. Ali tem um local para o mercado de trabalho e a carreira, um ambiente mais discreto. Oferece artigos e conteúdos interessantes, há uma grande comunidade. A rede social pode servir até como um currículo mais moderno", comenta.
"Devo postar o que faz sentido pra mim. Vou publicar se aquilo está de acordo com as minhas razões para estar ali. É importante analisar isso para não se perder", diz. Segundo Andréa Salsa, os usuários que se expõem em excesso podem ficar dependentes unicamente da avaliação dos seguidores, o que é ruim.
Se o mercado de trabalho está olhando as suas qualidades e habilidades na rede social, saiba que as organizações também pode observar o que há de errado e antiético. "É importante sabermos que o mercado de trabalho está olhando para o que a gente publica. Não dá pra entrar na rede social de forma tão ingênua, pensando que as publicações não terão impacto", afirma. Questões que fogem dos direitos humanos, como discurso de ódio, misoginia, homofobia e racismo, por exemplo, são extremamente prejudiciais ao que o profissional quer passar como imagem. Comentários ruins, além de configurarem crime na internet, podem impedir que você seja contratado futuramente.
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